Avaliação da resposta imune humoral e análise comportamental de ratos Wistar submetidos a natação forçada e tratados com fluoxetina

A fluoxetina é amplamente utilizada para tratamento de transtornos comportamentais. O teste do nado forçado é um modelo experimental de estudo da depressão em ratos, no qual drogas antidepressivas revertem o comportamento passivo de flutuação em repetidas imersões em água. O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos da fluoxetina no comportamento do teste do nado forçado e sobre a imunidade. Primeiramente, foi investigado o efeito do teste de nado forçado em relação ao tratamento com fluoxetina (30mg/kg) ou salina, durante 11 dias. Neste estudo os animais tratados com fluoxetina apresentaram menor produção de anticorpos anti-hemácias e tempo de flutuação, e maior tempo de nado. Os resultados sugerem que a fluoxetina atenua o desespero comportamental e modula a produção de anticorpos. A seguir, foi analisado o efeito da fluoxetina na imunidade e no comportamento em ratos Wistar submetidos a natação forçada. Ratos Wistar machos (n=72) foram distribuídos em oito grupos (estressados salina não imunizados, estressados salina imunizados, estressados fluoxetina não imunizados, estressados fluoxetina imunizados, não estressados salina não imunizados, não estressados salina imunizados, não estressados fluoxetina não imunizados, não estressados fluoxetina imunizados). Os animais foram submetidos ao estresse de nado forçado e receberam i.p. 10 mg/kg/dia de fluoxetina ou salina trinta minutos após o termino da sessão de nado forçado, do primeiro até o 24ª dia de estudo. No 5º, 10º e 25º dia de estudo, ao terminarem o teste de nado forçado, foi coletado aproximadamente 1 mL de sangue por punção cardíaca em tubos, contendo 50 µL de EDTA 5%, após os testes de nado. No 5º e 20º dia os animais pertencentes aos grupos imunizados foram inoculados i.p. com 250 µL de solução de hemácia de carneiro a 2,5%. A avaliação da produção de anticorpos (IgM, IgG2a e IgG1) foi avaliado por ELISA. Para análise comportamental, os animais foram filmados durante os primeiros cinco minutos do 1º e 25º dia do experimento. Analisando-se o tempo que os animais flutuam, nadam e escalam no cilindro. Em relação à produção de anticorpos foi observado um efeito imunossupressor da fluoxetina sobre a produção de IgG1, IgM e IgG2a. O IgG1, também foi suprimido pelo estresse. Entretanto, a interação destes fatores, reverteu a imunossupressão observada, apenas para o IgG1. A fluoxetina promoveu o aumento do tempo de flutuação e redução de tempo de escalada, sugerindo que o tratamento não teve efeito na redução do estresse crônico neste protocolo. Concluímos que a droga não diminuiu o comportamento de estresse dos animais em protocolo de estresse crônico. A droga utilizada isoladamente apresenta efeito supressor sobre a imunidade humoral, mas não inibe a produção de anticorpos quando associada ao estresse.Fluoxetine is widely used for the treatment of behavioral disorders. The forced swimming test is an experimental model of depression in rats, in which antidepressant drugs reverse the passive behavior of fluctuation during repeated immersions in water. The objectives of this study were to investigate the effects of fluoxetine in the behavior of forced swimming and immunity. First, it was investigated the effect of forced swimming test in relation to treatment with fluoxetine (n=5, 30mg/kg) or saline (n=5), during 11 days. In this study. In This study, animals treated with fluoxetine showed lower production of antibodies anti-erythrocytes and time of flotation, and increased swimming time. The results suggested that fluoxetine attenuate despair behavior and downmodulate the production of antibodies. Next, we examined the effect of fluoxetine on immunity and behavior in rats submitted to forced swimming test. Male Wistar rats (n=72) were divided into eight groups (stressed saline non-immunized, stressed saline immunized, stressed fluoxetine non-immunized, stressed fluoxetine immunized, non-stressed saline non-immunized, non- stressed saline immunized, non-stressed fluoxetine non-immunized, non-stressed fluoxetine immunized). The animals were submitted to stress by means of forced-swimming test and received i.p.10 mg/kg/day of fluoxetine or saline 30 minutes after test, from first to 24th day of the study. On the 5th, 10th and 25th day of study, 1 mL of blood was collected by cardiac puncture in tubes containing 50 mL of 5%EDTA, after swimming test. In the 5th and 20th days the immunized animals were inoculated with a solution of sheep erythrocyte to 2.5% (i.p., 250 ml). The production of antibodies (IgM, IgG1 and IgG2a) was assessed by ELISA. For behavioral analysis, animals were filmed during the first five minutes of the 1st and 25th day of the experiment for analyzes of the floating, swimming and climbing times. The fluoxetine impaired the production of IgG1, IgG2a and IgM. IgG1 was also decreased by stress. However, the fluoxetine treatment in stressed animals did not decrease the production IgG1antibody in animals. Fluoxetine increased floating and reduced climbing time, suggesting that the treatment did not have effects in this chronic stress protocol. We concluded that fluoxetine alone did not inhibit stress behavior in animals submitted to the protocol of chronic stress. Fluoxetine alone also has suppressive effects on humoral immunity, but it did not inhibit antibody production when it was associated to chronic stress