Morphoanatomy and ecophysiology of seedlings of three tree species of semideciduous forest acclimated in nursery

Áreas desflorestadas são caracterizadas por maiores intensidades luminosas, temperaturas do ar e do solo e déficit de pressão de vapor de água, além de grandes flutuações sazonais no potencial de água do solo. Para o reflorestamento destas áreas utilizando-se de mudas, é necessário, antes, submetê-las ao processo de aclimatação, que favorecerá seu estabelecimento, crescimento e desenvolvimento no local de plantio, sob condições mais sujeitas a estresses. Algumas espécies de plantas, na fase de muda, são muito vulneráveis, porém, possuem alta capacidade de aclimatação, refletida por alterações fisiológicas, anatômicas e morfológicas, sejam elas em folhas, caules ou raízes. Este estudo teve como objetivo verificar a influência do processo de aclimatação implementado em viveiros sobre a rusticidade de mudas, a partir de avaliações de trocas gasosas foliares, anatomia e morfologia de três espécies utilizadas em reflorestamentos de Floresta Estacional Semidecidual: Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna (Malvaceae), Croton floribundus Spreng. (Euphorbiaceae) e Cecropia pachystachya Trécul (Urticaceae). As mudas foram cultivadas, durante 168 dias, em dois setores de um viveiro: setor de crescimento (40% de densidade de fluxo de fótons fotossintéticos total) e de aclimatação (sol pleno). Utilizando-se de índices que relacionam parâmetros morfológicos foi estimada a qualidade das mudas. Com a aclimatação, as mudas de C. speciosa desenvolveram folhas menores, com parênquimas clorofilianos mais espessos, e apresentaram aumentos da fotossíntese (Amax), da condutância estomática (gs) e da transpiração (E). A menor razão altura/diâmetro do colo (RAD), decorrente do espessamento do colo induzido pela aclimatação, indicou maior qualidade nas mudas de C. speciosa aclimatadas. Nas mudas de C. floribundus, sob sol pleno, as folhas expandiram-se menos e houve redução da área foliar específica (AFE) e aumentos da densidade estomática e da espessura do parênquima paliçádico. As variáveis de trocas gasosas não diferiram em relação ao controle. Nesta espécie, pelos índices de qualidade, não foi possível estimar qualidade superior das mudas em nenhum dos tratamentos. C. pachystachya foi a espécie que mais sofreu influência da aclimatação. As folhas menores, mais espessas, com menor AFE e maior densidade estomática das mudas em aclimatação apresentaram maiores Amax e E. A RAD e a razão massa seca da parte aérea/raiz indicaram que a aclimatação aumentou a qualidade das mudas de C. pachystachya. As mudas das três espécies, mediante a transferência do setor sombreado para pleno sol, foram capazes de se aclimatar ao novo ambiente de luz. De fato, quando submetidas à aclimatação, as mudas adquiriram características de rusticidade, principalmente relacionadas à anatomia foliar, que devem favorecê-las na fase de estabelecimento, após o plantio. Em C. speciosa e C. pachystachya, a utilização de índices auxiliou parcialmente no prognóstico da qualidade das mudas, enquanto em C. floribundus, os índices não sofreram alterações com a aclimatação das mudas.Deforested areas are characterized by higher light intensities, air and soil temperatures, vapor pressure deficit and seasonal fluctuations of soil water potential. Prior to the use of seedlings for the reforestation of these areas, they must be submitted to the acclimation process, which will facilitate its establishment, growth and development in planting site, under conditions more susceptible to stresses. Some plant species are vulnerable to stresses at the seedling stage, however, have a high acclimation ability, reflected by changes in physiological, anatomical and morphological traits that can occur in leaves, stems or roots. This study aimed to evaluate the influence of the acclimation process implemented in nurseries on the hardiness of seedlings, by assessing gas exchange, anatomical and morphological traits of three species used in reforestation of semideciduous forests: Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna (Malvaceae), Croton floribundus Spreng. (Euphorbiaceae) and Cecropia pachystachya Trécul (Urticaceae). The seedlings were grown for 168 days in two sectors of a nursery: growth sector (under 40% of total photosynthetic photon flux density) and acclimation sector (under full sun). The quality of the seedlings was estimated using indexes that relate morphological parameters. With acclimation, seedlings of C. speciosa developed smaller and thicker leaves, and showed increases in photosynthesis (Amax), stomatal conductance (gs) and transpiration rate (E). The lower height/diameter ratio (H/D), due to the thickening of the stem induced by acclimation, indicated higher quality in acclimated seedlings of C. speciosa. Leaves of C. floribundus seedlings, under full sun, have expanded less and there were a reduction in specific leaf area (SLA) and increases in stomatal density and in palisade parenchyma thickness. Despite these changes, gas exchange traits did not differ in comparison with control seedlings. In this species, it was not possible to estimate a higher quality of the seedlings in none of the treatments using the quality indexes. C. pachystachya was the most influenced species by acclimation. Acclimated seedlings had smaller and thicker leaves, with lower SLA and higher stomatal density, which showed greater Amax and E. The H/D ratio and the shoot/root dry mass ratio indicated that acclimation increased the quality of C. pachystachya seedlings. The seedlings of the three species were able to acclimate to the new light environment, upon transfer from shade to full sun. Indeed, when submitted to acclimation the seedlings developed traits of hardiness, mainly related to leaf anatomy, which should favor them during establishment phase, after planting in the field. In C. speciosa and C. pachystachya, the use of indexes assisted partially in the prognosis of the quality of the seedlings, while in C. floribundus the indexes did not change with acclimation of seedlings