Comparação das alterações morfológicas e de desenvolvimento provocadas pelo alagamento em plantas de seis espécies arbóreas de leguminosae

O alagamento interfere em inúmeras etapas do ciclo de vida das plantas e influencia na composição e distribuição das espécies, podendo induzir diversas respostas nas plantas, como a formação de lenticelas hipertrofiadas, raízes adventícias, redução da biomassa e hipertrofia do caule. O objetivo deste trabalho foi analisar o crescimento e desenvolvimento, a formação de lenticelas hipertrofiadas, rachaduras no caule e raízes adventícias em plantas alagadas de seis espécies de Leguminosae. Para isso, indivíduos de Inga sessilis (Vell.) Mart., Bauhinia forficata Link, Peltophorum dubium (Spreng.) Taub., Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr., Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. e Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze., foram mantidas em solo drenado e alagado por um período de 90 dias. M. bimucronata e L. muehlbergianus foram as espécies mais resitente ao alagamento. Em M. bimucronata houve o desenvolvimento de raízes adventícias e lenticelas hipertrofiadas durante o alagamento e quanto a razão raiz/parte aérea (razão R/PA), massa seca e comprimento dos diferentes órgãos, não foram observadas diferenças entre plantas alagadas e drenadas. Os indivíduos de L. muehlbergianus foram pouco afetados por esse estresse e apresentaram formação de lenticelas hipertrofiadas, redução da razão R/PA e do crescimento de raízes e folhas, mas não houve diferenças no crescimento do caule em plantas alagadas e drenadas. Já P. gonoacantha foi a mais afetada por esse estresse com desenvolvimento de rachaduras na base do caule, pequeno número de raízes adventícias e ausência de hipertrofia do caule, acompanhados de uma redução da razão R/PA, do comprimento da raiz e da TCR da raiz, caule e folha. Portanto, as seis espécies de Leguminosae desenvolveram alterações morfológicas e de desenvolvimento e foram afetadas em diferentes graus pelo alagamento prolongado por um período de 90 dias, sendo que essas alterações podem favorecer a distribuição dessas plantas em ambientes alagados.Flooding interferes in several stages of the life cycle of plants and influences the composition and distribution of species and can induce different responses in plants, such as: lenticels hypertrophy and adventitious roots formation, biomass reduction and stem hypertrophy. The objective of this study was to analyze the growth and development, the formation of hypertrophied lenticels, and the occurrence of cracks on the stem and adventitious roots in flooded plants of six species of Leguminosae. Individuals of Inga sessilis (Vell.) Mart., Bauhinia forficata Link., Peltophorum dubium (Spreng.) Taub., Piptadenia gonoacantha (Mart.) JFMacbr., Lonchocarpus muehlbergianusHassl. and Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze. were mainteined in both drained and flooded soil during 90 days. M. bimucronata and L. muehlbergianus species were more resistant to flooding. M. bimucronata showed development of hypertrophied lenticels and adventitious roots during flooding and there were no differences between flooded and drained plants for the root/shoot ratio (R/S), dry weight and length of the different organs. Individuals of L. muehlbergianus were slightly affected by this stress and showed development of hypertrophied lenticels, reducing the R/S ratio and the growth of roots and leaves, but there were no differences in stem growth in plants flooded and drained. P. gonoacantha was the most affected by the stress with the development of the cracks on the base of the stem, small number of adventitious roots and the absence of stem hypertrophy, accompanied by a reduction of the R/S ratio, the root length and of the relative growth rate of root, stem and leaf. Therefore, the six species of Leguminosae showed morphological and development changes and they were affected at different levels by the flooding extended for a period of 90 days, and these changes may promote the distribution of theese plants in wetland environments