Avaliação da autonomia funcional de indivíduos adultos com lesão medular fisicamente ativos e sedentários

É cada vez mais crescente o número de casos de pessoas com lesão medular, principalmente pelo aumento da violência urbana que assola países desenvolvidos e em desenvolvimento. A lesão medular não é considerada uma doença propriamente dita, mas agride tanto aspectos físicos e psicológicos e traz consigo a problemática da deficiência que repercute sobre a qualidade de vida e autonomia funcional desses indivíduos. Nesse sentido, o objetivo da presente pesquisa foi avaliar a qualidade de vida e a autonomia funcional para a realização de atividades da vida diária de pessoas com lesão medular fisicamente ativas e sedentárias. Para tanto, foram recrutados 20 indivíduos do sexo masculino e dois do sexo feminino com idades variando entre 20 a 53 anos. Os sujeitos responderam a uma anamnese, um questionário sócio econômico, o WHOQOL-bref para avaliação da qualidade de vida e o IPAQ para análise do nível de atividade física. Realizaram ainda uma bateria de testes relacionados a atividades da vida diária, a qual foi submetida a processo de autenticidade científica, com verificação da validade por conteúdo, objetividade e reprodutibilidade. Os dados foram tratados através de estatística descritiva, Análise de Variância (ANOVA one-way), Coeficiente de Correlação Intraclasses e correlação de Pearson. Adotou-se p≤ 0,05. Quanto aos dados obtidos através do WHOQOL-bref, os principais resultados demonstram piores escores sobre os domínios psicológico (56,4±13,7) e meio ambiente (55,2±10,7). Observou-se superioridade sobre os escores de autonomia dos sujeitos caracterizados como fisicamente ativos quando comparados aos insuficientemente ativos. Correlações significativas foram encontradas entre o fator idade e os escores obtidos na bateria de testes. Os principais achados sugerem relação positiva entre a prática de atividade física e a autonomia e qualidade de vida em indivíduos com lesão medular.It is increasing the number of cases of people with spinal cord injury, mainly by increased urban violence that plagues both developed and developing countries. Spinal cord injury is not considered a disease itself, but harms both physical and psychological aspects and brings the issue of disability that impacts on quality of life and functional autonomy of these individuals. Accordingly, the purpose of this research was to evaluate the quality of life and functional autonomy to perform daily living activities of people with spinal cord injuries physically active and sedentary. Thus, we recruited 20 males and two females in the age range from 20 to 53 years. Subjects answered an interview, a socioeconomic questionnaire, the WHOQOL-BREF for assessing the quality of life and the IPAQ to analyze the physical activity level. The individuals also performed a bettery of tests related to daily life activities, which was subjetcted to a process of scientific authenticity, checking validity, objectivity and reliability. The data were processed using descriptive statistics, Analysis of variance (ANOVA one-way), intraclass correlation coefficient and Pearson correlation, p≤ 0.05. Regarding the data obtained from the WHOQOL-bref, the main results indicated worse scores on the psychological (56.4 ± 13.7) and environment (55.2 ± 10.7). Superior scores of autonomy were found on individuals characterized as physically active when compared to insufficiently active. Significant correlations were found between the age factor and the scores obtained in the test battery. The main findings suggest a positive relationship between physical activity and autonomy and quality of life on individuals with spinal cord injury