Avaliação da aprendizagem : repercussões de modelos pedagógicos nas concepções docentes

No contexto escolar subsistem duas lógicas orientando a efetivação da avaliação da aprendizagem: a classificatória e a formativa. Para a primeira, prevalece o interesse em verificar resultados, apenas para indicar estudantes em condição ou não de aprovação, em decorrência de escores alcançados e médias calculadas. Para a outra, as preocupações se voltam para a recolha de informações relativas aos saberes já construídos e ainda a serem compreendidos pelos alunos, tendo como objetivo proporcionar-lhes ajuda. Mas, tanto uma como outra, ao ser materializada, na sala de aula, encontra-se embasada em um modelo pedagógico, amparado em uma concepção epistemológica. Nem sempre os professores têm clareza quanto ao substrato teórico de suas ações em sala de aula, principalmente no que tange à avaliação da aprendizagem, preocupação que suscitou o questionamento: como as características avaliativas, que emergem do discurso de professores que atuam no ensino médio, revelam predominâncias e/ou transições das concepções classificatória e formativa da avaliação da aprendizagem? O objetivo proposto intentando encontrar respostas foi: analisar predominâncias e/ou transições das concepções classificatória e formativa, a partir da identificação das características da avaliação da aprendizagem, enunciadas por professores que atuam no ensino médio. A pesquisa, de abordagem qualitativa, na tipologia estudo de caso, contou com a participação de nove docentes de uma instituição privada, localizada na cidade de Londrina. Os dados, coletados por meio de entrevista semi estruturada e questionário, foram submetidos à análise de conteúdo temática, a qual permitiu estabelecer, pela frequência das enunciações, as unidades de análise. O confronto entre os achados e o referencial teórico permitiu constatar que os professores acreditam realizar uma avaliação formativa e, para tanto, relatam procedimentos empreendidos e explicam ações levadas a termo. Todavia, alguns deles revelam que, ainda estão muito presos à perspectiva classificatória, enquanto outros estão oscilando entre as duas perspectivas: ora praticam uma avaliação de cunho formativo e ora praticam uma avaliação de cunho classificatório. Ainda que as características classificatórias se façam presentes, o desejo de melhor compreenderem a avaliação formativa sinaliza para a ampliação de seu uso no contexto escolar.In the school context two logics remain guiding the evaluation of the effectiveness of learning: training and classification. For the first, the prevailing interest is checking results, only to indicate if students are whether or not in a condition of approval due to the scores achieved and averages calculated. For the other, concerns turn to the collection of information on the knowledge already constructed and yet to be understood by students, aiming to provide them help. But both of them, to be materialized in the classroom, is grounded in a pedagogical model, supported by an epistemological concept. Teachers are not always clear about the theoretical basis of their actions in the classroom, especially regarding to the assessment of learning, a concern that has raised the question: how the evaluative characteristics that emerge from the discourse of teachers working in high school, show predominance and / or transitions of the concepts of classification and formative assessment of learning? The proposed objective was attempting to find answers: analyzing predominance and / or transitions of the concepts of classification and training, from the identification of the characteristics of learning assessment, set out by teachers who work in high school. The research, a qualitative approach on the case study typology, had the participation of nine teachers from a private institution, located in the city of Londrina. The data, collected through semi-structured interviews and questionnaire were submitted to thematic content analysis, which allowed the establishment, by the frequency of utterances, the units of analysis.The comparison between the findings and the theoretical revealed that teachers believe to conduct a formative evaluation and, therefore, report and explain actions undertaken procedures carried to term. However, some of them reveal that they are still attached to the classification perspective, while others are teetering between the two perspectives: either practice a stamp formative assessment practice and sometimes an assessment of stamp classification. Although the qualifying features are present, the desire to better understand the formative evaluation signals the expansion of its use in the school context