Deslizes do discurso jornalÃstico: Veja e os efeitos de sentido sobre a educaÃÃo nacional.

Tendo como suporte teÃrico a AnÃlise do Discurso de vertente francesa, iniciada pelo filÃsofo francÃs Michel PÃcheux, em 1960, objetiva-se analisar quais sÃo os efeitos de sentido gerados nas matÃrias de educaÃÃo, da revista Veja, durante dois perÃodos presidenciÃveis distintos. Trabalha-se com sequÃncias discursivas retiradas de reportagens que contemplem a temÃtica educacional, para que, por meio da materialidade linguÃstica, possa se averiguar a produÃÃo de sentidos nesta revista. Como se sabe, Veja à o semanÃrio mais vendido no Brasil e o quarto mais vendido no mundo. Por essa caracterÃstica, apresenta-se em um lugar privilegiado no que diz respeito à formaÃÃo de opiniÃo pÃblica, quer seja dentro do paÃs, quer seja como referencial para as naÃÃes estrangeiras. Autointitulando-se âindispensÃvel para o paÃs que queremos serâ, Veja constrÃi suas realidades e contribui para a constituiÃÃo do imaginÃrio social, camuflada na ideia de ser uma revista semanal de informaÃÃo que objetiva servir ao leitor. PorÃm, a revista, inserida no Discurso JornalÃstico, atua na institucionalizaÃÃo de sentido(s), ou seja, contribui para a cristalizaÃÃo da memÃria do passado e, ainda, para a construÃÃo da memÃria do futuro. Em outras palavras, a revista atua como uma importante ferramenta na divulgaÃÃo de valores cristalizados â o que pÃde ser observado por meio de parÃfrases negativas sobre o sistema educacional brasileiro. Sentido negativo, esse, jà solidificado no imaginÃrio nacional. Assim, baseando-se na AnÃlise do Discurso, que se preocupa com os gestos de interpretaÃÃes possÃveis e com a exterioridade dos enunciados, e no Discurso JornalÃstico como um discurso sobre, faz-se desta pesquisa um estudo relevante para compreender de que forma a mÃdia, aqui reduzida à revista Veja, constrÃi o seu discurso e sustenta as suas posiÃÃes. Para se fazer esse estudo, utilizou-se, entre outros autores, PÃcheux (1993), (1995), (1997), (1998); Orlandi (1981), (1996), (2001), (2005), (2006), (2008); Mariani (1998), (1999), (2003), (2006), (2008) e Ferreira (2003), (2005), (2008)