Comunicação da experiência fílmica e experiência pedagógica da comunicação

A aproximação teórica dos conceitos de arte, experiência, comunicação e formação traduz o cerne desta narrativa que intenta construção conceitual da expressão experiência fílmico- pedagógica, no sentido de problematizar o movimento existencial da comunicação da experiência fílmica. Este trabalho compreende experiência fílmica tanto na dimensão formativa da recepção quanto da produção de um filme. Com inspiração metodológica da pesquisa-ação existencial de René Barbier e da pesquisa do tipo etnográfico de Marli André, esta narrativa trabalha com o método inventado da pesquisa-ação do tipo etnográfico. Os cenários da pesquisa a-com-tecem nos cursos de Licenciatura em Pedagogia/Ensino Fundamental Séries Iniciais da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, nos municípios baianos de Irecê e de Tapiramutá. Os cenários são acessados pelas pessoas pesquisadas, professores-cursistas ireceenses e tapiramutenses, que participam das seguintes atividades curriculares: 1) em Irecê, três Grupos de Estudos inematográficos, Cinema, Aspirinas e Urubus: um estudo sobre o contexto histórico local e global, As horas: Como se ensina a ser menina e O ano em que meus pais saíram de férias: compreendendo a Ditadura Militar brasileira, e o Projeto CineContexto: um registro geo-histórico na tela, no segundo semestre de 2009; 2) em Tapiramutá, o Projeto A-con-tecer documentário: construindo narrativas fílmicas I, no segundo semestre de 2009, e a sua continuação, Projeto A-con-tecer documentário: construindo narrativas fílmicas II, no primeiro semestre de 2010. Sob o pano de fundo das hermenêuticas filosóficas de Hans-Georg Gadamer e da fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger, são interpretados os diversos textos acessados na observação participante das atividades referidas dos cursos, bem como os textos que emergem dos cenários – críticas fílmicas, vídeos-documentários, Diário de Ciclo, Memorial e discussão em listas online. O diálogo entre o experienciado nos cenários investigados e o horizonte de perguntas da DesEstética possibilitou à pesquisadora-intérprete interrogar-se quanto à participação pedagógica do filme nos cursos de formação de professores em exercício, em Irecê e Tapiramutá, a partir das possibilidades que a comunicação da experiência fílmica encerra no a-com-tecer pedagógico ao emergir outras experiências que atualizam a formação dos professores-cursistas em um processo educativo menos teleológico e mais xperiencial