CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO DAS IES PRIVADAS BRASILEIRAS: UMA ANÁLISE DAS PROPOSTAS DA ABMES - UMA ENTIDADE REPRESENTATIVA DO SETOR PRIVATISTA PARA O QUADRIÊNIO 2007-2011

Este trabalho visa articular os elementos constituintes das condições objetivas em que se desenvolvem hoje as Instituições de Ensino Superior ii (IES) privadas. Utilizando uma metáfora talvez um pouco tosca, trata-se de compreender a montagem do “cenário” em que se encena a docência no interior destas instituições iii , em suas múltiplas determinações. A compreensão do estatuto do trabalho docente no ensino superior privado no Brasil só pode ser buscada no conjunto de mediações iv que as conectam às transformações por que passam as sociedades capitalistas na contemporaneidade. Partir-se-á da atual configuração do regime de acumulação capitalista na tentativa de reconstituir os caminhos pelos quais se desenrola a contra-reforma da educação superior no Brasil. Essa reforma revela-se como projeto de empresariamento da educação superior (Neves, 2002), conduzido a partir das políticas dos organismos internacionais, como o Banco Mundial (BM), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), configurando-se como parte da tentativa do capital de conter sua crise estrutural, aparente como crise do modelo fordista-keynesiano, que emergiu nos anos 1970