Os governos posteriores a ditadura militar de Pinochet, no Chile, foram avaliados política e institucionalmente como produtos da “engenharia política” de líderes das coalizões de centro-esquerda, da direita política e dos chamados “poderes factuais”. O presente artigo indaga sobre o papel que a cidadania chilena exerceu na configuração dessa política pós-ditatorial. Consideramos que as demandas e preocupações dos cidadãos, longe de permanecerem inativas ou como meras observadoras dos acontecimentos vividos no país, foram fundamentais para a reconfiguração da política chilena. Esta importância se expressou em órgãos de poder local, como os municípios, que se converteram na instância de poder mais próxima da população. Entendemos que a “nova ...