Pretendo realizar uma aproximação, com esse artigo, das “Cartas a Malesherbes” e do “Meu retrato”, dois pequenos textos de Rousseau que se incluem no rol de seus trabalhos epistolares, confessionais e autobiográficos. Viso recortar algumas das considerações do filósofo acerca da amizade, do conhecimento de si mesmo, e da plenitude da existência humana, encontrada na vida solitária e no exílio. Entendo que os escritos de Rousseau, em geral, costumam lançar luzes uns sobre os outros e que seu pensamento mantém uma exemplar unidade. Assim, ganha importância a leitura destes dois breves trabalhos, que é reforçada com o fato de eles, malgrado se duvide, possuírem grande valor em termos filosóficos, fazendo a defesa da liberdade, da transparência...