Da investigação-ação à inovação e transformação nos processos formativos

O presente trabalho objetiva analisar os limites e possibilidades da pesquisa-ação como uma das modalidades de abordagem qualitativa que pode contribuir para a inovação das práticas pedagógicas em Química e Física. Para isso, analisamos as reuniões de um núcleo de estágio de Química e Física envolvendo dois orientadores universitários, um professor cooperante e dois professores estagiários de uma escola de Ensino Secundário durante o ano letivo de 2012/2013. As reuniões do núcleo foram gravadas e transcritas. Foram empregadas, também, a técnica de observação participante e notas de campo. Os resultados obtidos revelaram que a utilização da pesquisa-ação possibilitou aos professores estagiários pensar de modo diferenciado a prática pedagógica em Ciências, transformando a realidade e produzindo conhecimentos relativos a essa transformação. Os resultados, ainda, prenunciam que foi possível construir repertórios de alternativas de estratégias didáticas sem se prender a procedimentos rígidos de ação, trabalhar em conjunto como uma comunidade de aprendizes, tomar decisões no coletivo e não individual, abordar questões próximas dos professores e examinar e avaliar o próprio trabalho. Por outro lado, apontamos como limites a falta de confiança e de compreensão, o espaço e tempo limitados para o desenvolvimento de um projeto de formação e a ausência de estruturas facilitadoras para apoiar as mudanças nas práticas pedagógicas, concepções e imagens internas arraigadas que não permitem que os professores estagiários inovem