When intuitive eating appears as a protective factor for disordered eating behaviours: study of the psychometric properties of the Intuitive Eating Scale - 2 and associated processes

Dissertação de mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde (Intervenções Cognitivo-Comportamentais nas Perturbações Psicológicas e Saúde), apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de CoimbraIntuitive eating is defined as an adaptive form of eating characterized by the ability of connecting with and understanding one’s physical hunger and satiety internal signals, rather than eating for emotional reasons. The primary aim of the present study was to assess the psychometric properties of the Intuitive Eating Scale-2 (IES-2) in the Portuguese population. Furthermore, this study aimed at analysing intuitive eating as a mediator in the relationship between body image flexibility and binge eating, controlling for the effect of depression. This study was conducted in a sample of 545 women. The factorial structure of the IES-2 was tested through a second-order confirmatory factor analysis, following the same procedure as the authors of the original IES-2 (Tylka & Kroon Van Diest, 2013). A four-factorial structure was corroborated: 1) Unconditional Permission to Eat; 2) Eating for Physical Reasons Rather Than Emotional Reasons; 3) Reliance on Hunger and Satiety Cues; 4) and Body-Food Choice Congruence. The IES-2 total scores and most IES-2 subscales scores were inversely associated with eating psychopathology, namely binge eating, body mass index, and body shame, and anxiety, depressive and stress symptoms. The IES-2 total score and subscales were also positively related to favourable social comparisons through physical appearance, decentering, and body image flexibility. The scale revealed adequate discriminant validity, adequate construct validity (convergent and divergent) and good temporal stability. Findings indicate that the Portuguese version of the IES-2 suggests adequate reliability and validity, being a useful tool for assessing an adaptive form of eating behaviour.A alimentação intuitiva consiste numa forma de alimentação adaptativa caracterizada por uma capacidade de conexão e compreensão de pistas internas de fome e saciedade para guiar a ingestão de alimentos, em vez de recorrer a pistas emocionais. O principal objetivo do presente estudo consistiu em avaliar as propriedades psicométricas da Escala de Alimentação Intuitiva-2 (EAI-2) na população Portuguesa. Além disto, propôs-se analisar o efeito mediador da alimentação intuitiva na relação entre a flexibilidade psicológica em relação à imagem corporal e a ingestão alimentar compulsiva, controlando o efeito da depressão. O estudo foi conduzido numa amostra de 545 sujeitos do sexo feminino. Examinou-se a estrutura fatorial da escala através de uma análise fatorial confirmatória de segunda-ordem, seguindo-se o mesmo procedimento dos autores da versão original da EAI-2 (Tylka & Kroon Van Diest, 2013). Foi corroborada uma estrutura factorial composta por quatro fatores: 1) Permissão Incondicional para Comer; 2) Comer por Razões Físicas em vez de Razões Emocionais; 3) Confiança em Pistas Internas de Fome e Saciedade; 4) e Escolha Congruente entre Corpo-Comida. Foram encontradas associações negativas entre a escala total e as subescalas da EAI-2 e psicopatologia alimentar, nomeadamente ingestão alimentar compulsiva, índice de massa corporal, vergonha corporal, e sintomas ansiosos, depressivos e stress. As pontuações para a escala total e as subescalas da EAI-2 revelaram-se ainda positivamente associadas com medidas de comparação social favorável através da aparência física, descentração, e flexibilidade psicológica em relação à imagem corporal. A escala revelou validades discriminante e de construto (i.e., convergente e divergente) adequadas e uma boa estabilidade temporal. Os resultados indicaram que a versão Portuguesa da EAI-2 possui fidelidade e validade adequadas, sendo deste modo um instrumento útil para avaliar uma forma adaptativa de comportamento alimentar