Violence sexuelle et de genre à l’université : du secret à la bataille pour la reconnaissance

Cet article examine, du point de vue d’une enseignante-chercheuse, des affaires de violences sexuelles et de genre qui ont bénéficié d’une large couverture de presse et qui ont donné lieu, en 2015, à la création d’une commission d’enquête du parlement de l’État de São Paulo. À partir de mon expérience de professeure en théorie du genre et d’activiste sociale, j’essaie de comprendre la bataille sémantique qui s’est jouée autour de la notion de violence sexuelle et de montrer que certaines de ses formes sont tolérées par les institutions voire qu’elles sont inhérentes à celles-ci.Este artigo retoma os casos de violência sexual e de gênero que foram publicizados na imprensa e objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito em 2015, no estado de São Paulo, a partir do ponto de vista de uma docente. Através da experiência como professora de teoria de gênero e como parte do movimento social, busco entender que disputa de sentidos tem se dado em torno de noções de violência sexual, e como certos tipos de violência são aceitas e mesmo são constitutivas das instituições.This article, from the point of view of a professor, discusses the cases of sexual and gender violence that were published in the press and became the subject of a Parliamentary Commission of Inquiry (CPI) in 2015 in the state of São Paulo. Through experience as a professor of gender theory and as part of a social movement, I argue that the dispute over meanings has taken place around notions of sexual violence, and how certain types of violence are accepted and even constitutive of certain institutions