Competências emocionais de professores portugueses em contexto de pandemia covid-19

O confinamento imposto pela COVID-19 levou os professores/educadores-de-infância a adaptarem- se a uma nova modalidade de trabalho para cumprirem as metas curriculares. As alterações do dia-a-dia, associadas à situação com que todos nos deparamos, têm desencadeado a vivência de emoções intensas, alterado as dinâmicas de relacionamento e exigido competências emocionais fundamentais. OBJETIVO Averiguar a relação entre as competências emocionais dos professores/educadoresde-infância e o nível de ensino que lecionam, em contexto COVID-19, bem como a influência de fatores individuais e familiares nessas competências. METODOLOGIA Foi um estudo transversal, descritivo e correlacional em que se aplicou um questionário misto (questões abertas e questões fechadas) on-line, o qual incluiu a escala Wong and Law Emotional Intelligence Scale (WLEIS) já adaptada e validada para a população adulta Portuguesa. As quatro dimensões desta escala são: Avaliação das próprias emoções, Avaliação das emoções dos outros, Uso das Emoções e Regulação das Emoções. A amostra incluiu 302 professores/educadores (245 mulheres; 57 homens). As faixas etárias predominantes foram 41—50 anos (43,7%) e 51—60 anos (38,1%). O nível de ensino predominante foi o Secundário com 27,8%. RESULTADOS A dimensão de competência emocional dos professores/educadores em que se registou um valor médio mais baixo foi regulação das emoções (M=3,21). Aplicando a correlação de Pearson com o ciclo de ensino não se encontrou significado estatístico em nenhuma das quatro dimensões de competência emocional. Em termos de dificuldades para trabalhar à distância, foram relatados obstáculos no uso da plataforma por 90 inquiridos, acréscimo e maior volume de trabalho com solicitações contínuas por 67 e ainda situação de exaustão por 5. Quanto a alterações na vida profissional, 71 docentes referiram métodos de trabalho/pedagógicos. CONCLUSÕES Não se notaram diferenças significativas em função do nível de ensino, antes uma dificuldade de regulação de emoções por parte de todos os grupos, concluindo-se que a problemática afeta globalmente todos os professores/educadores.