Aleitamento materno na prática do enfermeiro na atenção pré-natal nas Unidades de Saúde da Família: um passo a ser conquistado

Esta pesquisa remonta a um estudo que teve como objetivo identificar as práticas do cuidado das enfermeiras na atenção pré-natal, em especial a promoção ao aleitamento materno, nas Unidades da Saúde da Família da rede municipal de saúde do município de Araranguá. É um estudo exploratório descritivo, de natureza qualitativa. O percurso metodológico seguiu as exigências do objeto de estudo com entrevistas e observações. Participaram do estudo 6 (seis) enfermeiras que atuam nas unidades escolhidas e 2 (duas) gestantes de cada unidade selecionada, sendo uma primigesta e uma multigesta, totalizandob12 (doze) gestantes. Como resultado, os mais importantes confirmaram os pressupostos elencados neste estudo. Apesar dos princípios norteadores da Estratégia da Saúde da Família que, dentre outros, a prática da atenção voltada à comunidade numa relação dialógica, em que ambos os atores envolvidos no cuidado sejam sujeitos, parece necessitar ser repensada. Percebe-se uma fragilidade do modelo, permanecendo centrado no bioclínico, em forma de programas que tendem a fragmentar o processo de trabalho e os sujeitos que buscam atenção. O entendimento do processo de trabalho e, especialmente a finalidade do mesmo, é uma indicação para o projeto de cuidado a população. O pré-natal de qualidade técnica, humana e sensível não é realizado nas unidades de saúde em estudo. Neste estudo, constatou-se que a enfermagem tem assumido responsabilidades de cunho assistencial, administrativo e educacional, centrando-se nas atividades administrativas. A dimensão do cuidado se centra na Saúde da Mulher e dos portadores de Doenças Crônicas, embora se tenha observado que a enfermagem procura atender as pessoas sob diversos aspectos, dentre eles: dando informações, solucionando problemas cotidianos, especialmente relativos a consultação médica e encaminhamentos a outros serviços. Entretanto, percebeu-se que a enfermagem, mais especificamente a enfermeira, encontra dificuldades para a realização do cuidado individualizado, não tendo espaço físico adequado. A tal “sala” da enfermeira serve para diversos trabalhos. Em função do exposto, o atendimento individualizado dificulta as relações individuais, contrariando aquelas situações que necessitam mais sensibilidade e atenção integral ao sujeito, como é o caso da atenção a gestante, criança e os demais grupos populacionais, atendendo às questões dos sujeitos usuários dos serviços de saúde como um todo