Geographies of resistance : the XXI century peasant struggles in the regions of Bico do Papagaio and in the Savannas of South of Maranhão

Orientador: Vicente Eudes Lemos AlvesTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de GeociênciasResumo: Esta tese busca analisar a partir da realidade vivenciada e processo histórico construído a resistência camponesa especialmente na região do Bico do Papagaio e Cerrados Sul Maranhenses, que se constitui em um movimento autônomo ou que busca autonomia para além da lógica e meandros do sistema capitalista. Isto não significa dizer que estes camponeses não sejam inseridos a tal sistema e que não sejam explorados, mas que aspiram e lutam para não o ser. Concebendo como fenômeno, a resistência camponesa, a contradição que se apresenta como fundamental é que estes sujeitos mesmo inseridos no sistema capitalista têm evidenciado a capacidade de afrontar a imposição das relações mercadológicas seja por meio do aspecto cultural materializado através dos modos de existências seja por meio de sua ação política e conduta econômica. A existência camponesa no Brasil coabita na sociedade capitalista que historicamente cria mecanismos na tentativa de destruir essa existência, mas não logra êxito em sua totalidade, pois estes têm criado estratégias históricas através da luta de caráter autônomo e emancipatório que passam pela construção de caminhos da coletividade e solidariedade. A resistência camponesa se constrói no dia a dia, nas batalhas e disputas por terra, na defesa de bens naturais e territórios, na luta por melhores condições de trabalho, na permanência dos seus ritos e festas, no resguardo da terra e também na colheita de grãos e frutos. A resistência camponesa ocorre no fazer político e cultural dos trabalhadores do campo, ela está no labor da roça e no sabor dos frutos colhidos, na partilha do pão, na crença por um mundo mais humano, fraterno e solidário e na utopia agrária da terra livreAbstract: This thesis aims to analyze from the experienced and historical process built the peasant resistance especially in the Bico do Papagaio and in the Savannas of South Maranhão, which constitutes an autonomous movement or that seeks autonomy beyond the logic of the capitalist system. This does not mean to say that these peasants are not included in such a system and that they are not exploited, but that they aspire and struggle not to be. Conceiving as a phenomenon, the peasant resistance, the contradiction that presents itself as fundamental is that these subjects, even inserted in the capitalist system, have evidenced the capacity to face the imposition of market relations either through the cultural aspect materialized through the modes of existences or through political action and economic conduct. The peasant existence in Brazil cohabits in capitalist society that historically creates mechanisms in an attempt to destroy this existence, but is not successful in its entirety, as these have created historical strategies through the struggle of autonomous and emancipatory character that pass through the construction of collective paths and solidarity. Peasant resistance is built on a daily basis, in battles and disputes over land, in the defense of natural goods and territories, in the struggle for better working conditions, in the permanence of their rites and parties, in the protection of the land and also in the harvest of grains and fruits. Peasant resistance occurs in the political and cultural activities of rural workers, it is in the work of the fields and in the taste of the harvested fruits, in the sharing of bread, in the belief in a more human, fraternal and solidary world and in the agrarian utopia of the free landDoutoradoAnálise Ambiental e Dinâmica TerritorialDoutora em Geografi