Cuidar o doente em fim de vida: capacitação do cuidador informal

Relatório de Prática Clínica apresentado à Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Cuidados Paliativos.O presente Relatório integra-se no 8º Mestrado em Cuidados Paliativos da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, cujo objetivo principal consiste na exposição e descrição das atividades desenvolvidas, indicando as competências adquiridas em contexto de prática clínica que decorreu numa Unidade de Cuidados Paliativos de um Centro Hospitalar da zona centro de Portugal, no Serviço de Internamento. Assim, de forma descritiva, reflexiva e crítica, com base na evidência científica, apresento o projeto de intervenção subordinado ao tema “Cuidar o Doente em Fim de Vida: Capacitação do Cuidador Informal”, desenvolvido no serviço de Cuidados Paliativos no qual desempenho funções. Neste contexto realizei um estudo quantitativo, descritivo e transversal, com o objetivo de conhecer as necessidades sentidas pelos cuidadores informais para cuidar do doente em últimos dias e horas de vida no domicílio. O instrumento de recolha de dados foi o inquérito por questionário, aplicado a uma amostra de 15 cuidadores informais de doentes acompanhados pela Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos que se encontravam no domicílio. Os resultados indicam que, maioritariamente, os cuidadores expressaram “Médias”, “Muitas” e “Bastantes” dificuldades para cuidar do doente em últimos dias e horas de vida no domicílio, indicativo da necessidade de apoio e de capacitação por parte da equipa. Assim, tendo por base as dificuldades sentidas pelos cuidadores, elaborámos um guia de apoio como um meio os capacitar para cuidar do doente em últimos dias e horas de vida no domicílio. Realizámos uma formação a elementos da Equipa de Internamento de Cuidados Paliativos, da Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos e aos elos de ligação de cuidados paliativos dos outros serviços, tendo como objetivos que, no fim da formação, os participantes reconhecessem a importância de identificar o local de preferência de morte do doente, a necessidade de capacitar o cuidador informal para cuidar do doente em últimos dias e horas de vida no domicílio. Concluo que todo o percurso desenvolvido durante a prática clínica se pautou pela responsabilidade e determinação em seguir a filosofia dos Cuidados Paliativos, tendo em conta os seus pilares, assente em práticas especializadas.Abstract: This Report is part of the 8th Master's Degree in Palliative Care at the Escola Superior Saúde Dr. Lopes Dias, whose main objective is to present and describe the activities developed, indicating the skills acquired in the context of clinical practice that took place in a Palliative Care Unit Hospital Center in the center of Portugal, in the Inpatient Service. Thus, in a descriptive, reflective and critical way, based on scientific evidence, I present the intervention project under the theme “Caring for the Patient at the End of Life: Training for Informal Caregivers”, developed in the Palliative Care service in which I perform functions. In this context, I carried out a quantitative, descriptive and cross-sectional study, with the objective of knowing the needs felt by informal caregivers to care for the patient in the last days and hours of life at home. The data collection instrument was the questionnaire survey, applied to a sample of 15 informal caregivers of patients followed by the Community Support Team in Palliative Care who were at home. The results indicate that, for the most part, caregivers expressed “Mediums”, “Many” and “Enough” difficulties in caring for the patient in the last days and hours of life at home, indicative of the need for support and training by the team. Thus, based on the difficulties experienced by caregivers, we developed a support guide as a means to enable them to care for the patient in the last days and hours of life at home. We conducted training for members of the Palliative Care Inpatient Team, the Community Palliative Care Support Team and the palliative care links of other services, with the aim that, at the end of the training, participants would recognize the importance of identifying the patient's preferred place of death, the need to train the informal caregiver to care for the patient in the last days and hours of life at home. I conclude that the entire path developed during clinical practice was guided by responsibility and determination to follow the philosophy of Palliative Care, taking into account its pillars, based on specialized practices