Transição agroecológica: sonho ou realidade?: uma reflexão do Pólo Rio Capim do PROAMBIENTE

It identifies and analyzes changes in agricultural and nonagricultural practice which took place in small farms of community agents and family farmers in Polo Rio Capim do PROAMBIENTE. The aims of this study were achieved through a field research where qualitative and quantitative approaches were used, having also used methodological tools, questionnaires, interviews and observation. The individuals (agents and farmers) were analyzed in two different ways: Type A agents and famers, type B agents and famers, and type C agents and famers. The identified training processes were classified in five classes: 1- course in production techniques and product processing, 2- interchange and days of field, 3- course in rural property management, 4- participation in events and, 5- others. The identified changes were analyzed qualitatively by analyzing interviews. Quantitatively there was an evaluation of variants which were investigated (mechanization, use of fire, use of pesticides and fertilizers, hiring labor, exchanging days of work and team work, family income, taking courses, production, quality of products, spending on production, spending on family, occurrence of pests and diseases and diseases in family) among individuals (agents and farmers) of types A, B, and C, and levels of answers (increased, didn’t change or decreased). The conclusions reveal that type A agents suffered high influence of training processes before PROAMBIENTE, and this resulted in changes in agricultural practices in their farms. Type B agents have a hard time introducing agro-ecological actions due to the lack of time because of their political / syndical involvement and other activities out of their farms. Type B and C agents have a high level of political involvement and also have low level of training and that has influence in not introducing agro-ecological actions. Overall, the processes of technical training that generated changes in agricultural properties, independently of the type they were classified, were promoted by PROAMBIENTE. Finally, the agro-ecological transition in the properties of the people who were interviewed will not happen by replacing and or eliminating agricultural pesticides and fertilizers, it will happen by thinking how to use natural resources, and these were the key elements of family agriculture in the Amazon.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoIdentifica e analisa as mudanças de práticas agrícolas ou não agrícolas ocorridas nos lotes dos agentes comunitários e agricultores familiares do Pólo Rio Capim do PROAMBIENTE. Os objetivos do estudo foram alcançados por meio de uma pesquisa de campo onde se utilizou as abordagens quantitativa e qualitativa, tendo sido utilizados como instrumentos metodológicos questionários, entrevistas e observações. Os indivíduos estudados (agentes e agricultores) foram analisados por tipos: agentes e agricultores tipo A, agentes e agricultores tipo B e agentes e agricultores tipo C. Os processos de capacitação identificados foram divididos em cinco classes: 1- curso em técnicas de produção e processamento de produtos, 2- intercâmbios e dias de campo, 3- cursos de gestão da propriedade, 4- participação em eventos e, 5- outros. As mudanças identificadas foram analisadas qualitativamente fazendo uso da análise das entrevistas. Quantitativamente foi realizada uma avaliação para as variáveis investigadas (mecanização, uso do fogo, uso de insumos, contratação de mão-de-obra, troca de diárias e mutirões, renda da família, participação em cursos, produção, qualidade dos produtos, despesas com a produção, despesas com a família, incidência de pragas e doenças e doenças na família) entre indivíduos (agentes ou agricultores) dos tipos A, B e C, e níveis de respostas (aumentou, permaneceu, diminuiu). As conclusões revelam que os agentes do tipo A sofreram elevada influência de processos de formação anterior ao PROAMBIENTE o que incidiu na mudança de práticas agrícolas em seus lotes. Os agentes do tipo B têm dificuldade na implantação de ações agroecológicas pela falta de tempo em decorrência do seu envolvimento político/sindical e a atividades externas a unidade de produção. Já os agentes do tipo C de igual modo ao tipo B possuem elevado envolvimento político, ainda acrescenta-se o baixo nível de capacitação o que influencia para a não adoção de práticas agroecológicas. De modo geral os processos de formação técnica/sensibilização que geraram mudanças nas unidades dos agricultores independentes do tipo em que foram classificados, em sua maioria foram promovidos pelo PROAMBIENTE. Por fim, a transição agroecológica necessária as unidades de produção dos entrevistados não se dará somente pela substituição e/ou eliminação de insumos agrícolas, mas pela racionalização na forma de uso dos recursos naturais, tendo sido estes os elementos essenciais da agricultura familiar na Amazônia