Estudo epidemiológico sobre diagnóstico clínico e histológico de lesões dos tecidos moles orais numa clínica universitária

Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Universitário Egas MonizIntrodução: As lesões orais provocam um forte impacto na qualidade de vida da população, em particular as lesões brancas, que podem apresentar diagnósticos de gravidade variável. É importante que o profissional saiba identificar e tratar estas lesões. O exame histopatológico é considerado o gold standard no diagnóstico de patologias orais Objetivos: Analisar o nível de concordância entre o diagnóstico clínico e histológico de lesões orais numa clínica universitária. Levantamento das lesões brancas orais mais prevalente na Clínica Dentária Universitária Egas Moniz entre 1999 e 2020 e a sua relação com a idade, sexo, localizações anatómicas, hábitos tabágicos, alcoólicos e com a diabetes melittus. Materiais e Métodos: Estudo epidemiológico de 33 lesões brancas orais correspondentes a 32 indivíduos, do sexo feminino e masculino e com idades compreendidas entre os 21 e os 87 anos. Na investigação foram analisadas as histórias clínicas num período temporal de 20 anos. Recolheram-se dados relativos ao diagnóstico clínico e histológico, à localização anatómica das lesões encontradas, hábitos tabágicos, alcoólicos e à diabetes mellitus. Resultados: No sexo masculino observou-se uma maior prevalência (51,2%) de lesões brancas orais e a faixa etária mais afetada foi dos 61 aos 70 anos (42,2%). Relativamente à localização anatómica, a mucosa jugal foi a mais biopsada (33,3%). O líquen plano (33,3%), a leucoplasia (21,2%) e a hiperqueratose focal (friccional) (21,2%) foram as lesões brancas mais observadas na clínica. As lesões brancas orais potencialmente malignas tinham uma representação de 57,5%. No que se refere à concordância, 63,6% das lesões foram concordantes e 36,4% discordantes. Conclusão: As lesões brancas orais potencialmente malignas constituem mais de metade da amostra estudada. Isto demonstra a importância da familiarização do médico dentista com as diversas lesões da mucosa oral, bem como a necessidade de sensibilização dos doentes para o autoexame.Introduction: Oral lesions have a strong impact on people' s quality of life, particularly white lesions, which can display diagnoses of varying severity. It is important that the professional is able to identify and treat these lesions. The histopathological examination is considered the gold standard in the diagnosis of oral pathologies. Objectives: To analyze the level of agreement between clinical and histological diagnosis of oral lesions in a university clinic. Survey of the most prevalent oral white lesions in Clínica Dentária Universitária Egas Moniz from 1999 to 2020 and their relationship with age, gender, anatomical locations, smoking habits, alcoholics and diabetes melittus. Materials and Methods: Epidemiological study of 33 white oral lesions corresponding to 32 individuals, female and male, aged between 21 and 87 years. In the research the clinical histories were analyzed over a period of 20 years. Data were collected regarding clinical and histological diagnosis, the anatomical location of the lesions, smoking habits, alcoholics and diabetes mellitus. Results: In males a higher prevalence of oral white lesions was observed (51,2%) and the 61 to 70 age group was the most affected (42.2%). Regarding the anatomical location, the jugal mucosa was the most biopsied (33.3%). Lichen planus (33.3%), leukoplakia (21.2%) and focal (frictional) hyperkeratosis (21.2%) were the most collected white lesions in the clinic. The potentially malignant oral white lesions had a representation of 57.5%. Regarding concordance, 63.6% of the lesions were concordant and 36.4% discordant. Conclusion: The potentially malignant white oral lesions constitute more than half of the sample studied. This demonstrates the importance of getting the dentist familiar with the diverse lesions of the oral mucosa, as well as the need for patient awareness of self-examination