Ensino de Jovens (EJA) tem impacto positivo na qualidade de vida

A educação de jovens e adultos (EJA) é destinada àqueles que não tiveram acesso à escola, tiveram de forma insuficiente ou não formalizaram seus estudos na época adequada. Os alunos são de perfil heterogêneo e com grande motivação para aprender, o que faz com que o EJA seja um ambiente com potencial de grandes mudanças na vida cotidiana. O processo do desenvolvimento dos alunos depende de fatores, tais como circunstâncias culturais, históricas e sociais. Portanto, o desenvolvimento desses alunos não deve ser avaliado somente pelo rigor metodológico e pedagógico, mas também por mudanças na vida cotidiana. Com base nessa ideia, formulamos a hipótese de que a retomada dos estudos na vida adulta por meio do ingresso na EJA tem efeito positivo não apenas no aspecto cognitivo, mas também de forma mais ampla na qualidade de vida dos alunos. Assim, o objetivo do nosso estudo foi avaliar o impacto que o ingresso na EJA tem na qualidade de vida e sobre problemas de comportamento de seus alunos. Para tanto, aplicamos os instrumentos WHOQOL-bref na sua versão em português e o Inventário de Autoavaliação para Adultos de 18 a 59 anos (ASR) antes e após seis meses do ingresso na EJA pela primeira vez. Os nossos resultados mostram que o retorno à escola impacta positivamente todos os domínios do WHOQOL-bref: físico, psicológico, social e ambiental. Os resultados obtidos pelo ASR mostram que o retorno à escola também reduziu os escores em todas as escalas: ansiedade e depressão; retraimento; queixas somáticas; problemas com pensamento; problemas de atenção; comportamento agressivo; violação de regras; comportamento intrusivo; problemas internalizantes; problemas externalizantes e problemas totais. Também foi observada redução no número de alunos cujos escores foram classificados na faixa clínica nas seguintes escalas: ansiedade e depressão, queixas somáticas, problemas de atenção, comportamento agressivo, problemas internalizantes, problemas externalizantes e problemas totais. Não houve mudança no número de alunos cuja pontuação foi classificada como clínica e nas escalas problemas com pensamentos; violação de regras e comportamento intrusivo, mas observamos aumento para a escala de retraimento. Os resultados permitem inferir que o regresso à atividade escolar melhora a qualidade de vida dos estudantes e reduz problemas de comportamento.Youth and adult education (EJA) is aimed for people who did not have access to school, had it for a short time or did not formalize their studies at the appropriate time. The students have a heterogeneous profile and are highly motivated to learn, what makes EJA a positive environment for changes in life. The development of the students depends on several factors, such as cultural, historical and social circumstances. Therefore, their development should not be evaluated only by methodological and pedagogical rigor, but also by changes in the daily life. Based on this idea, we hypothesized that returning to school in adult life has a positive effect not only regarding cognition, but also for the quality of life of the students. Thus, the aim of this study was to assess the impact that admission to EJA has on the quality of life of its students and its effects on behavioral problems. Therefore, we applied the Portuguese version of WHOQOL-bref and the Self-Assessment Inventory for Adults, 18 to 59 years old (ASR), before and six months after the beginning of studies in EJA for the first time. Our results show that the return to school has a positive impact in all domains of the WHOQOL-bref: physical, psychological, environmental and social. The results obtained by the ASR showed that returning to school reduced scores on all scales: anxiety and depression; withdrawal; somatic complaints; thinking and attention problems; agressive and intrusive behavior; violation of rules; internalizing and externalizing problems and total problems. There was also a reduction in the number of students whose scores were classified in the clinical range on the following scales: anxiety and depression, somatic complaints, attention problems, agressive behavior, internalizing and externalizing problems and total problems. There was no change in the clinical/non-clinical classification in the problems with thoughts, violation of rules, and intrusive behavior scales. For the withdrawal scale, we observed that more students scored in the clinical classification after joining EJA. These results suggest that the return to the school improves the quality of life of the students and reduces behavioral problems.Instituto Presbiteriano Mackenzi