Deus e o Diabo em Bacurau: Sertão como espaço de resistência e diálogo entre passado e presente em Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e Bacurau (2019)

This article aims to analyze the uses of history in two Brazilian film productions: Black God, White Devil, 1964 film directed by Glauber Rocha, and Bacurau, 2019 film directed by Kleber Mendonça Filho and Juliano Dornelles. In the first film, historical perception is valued as a resource for an eventual transformation of the present; in the second, the importance of history is urgent as a defense resource. In both cases, the past plays a crucial role in the narratives and the concept of experience in Walter Benjamin helps us to understand this dynamic. Therefore, the dimensions in which historical elements are presented in the films will be analyzed, understanding their functionality as an instrument of struggle / resistance in the representations of sertão and crises in their production contexts.Este artigo tem por objetivo realizar uma análise acerca dos usos da história em duas produções cinematográficas brasileiras: Deus e o Diabo na Terra do Sol, filme de 1964 dirigido por Glauber Rocha, e Bacurau, filme de 2019 dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Se no primeiro filme a percepção histórica é valorizada como recurso para uma eventual transformação do presente, no segundo a importância da história urge como recurso de defesa. Em ambos os casos, o passado exerce papel crucial nas narrativas e o conceito de experiência em Walter Benjamin nos auxilia para compreendermos tal dinâmica. Portanto, serão analisadas as dimensões nas quais elementos históricos são apresentados nos filmes, compreendendo sua funcionalidade como instrumento de luta/resistência nas representações de sertão e crises dos seus contextos de produção