Em meio às figurações sociais que moldam a vida dos indivíduos, o escritor italiano Primo Levi, deportado para Auschwitz, em 1944, se perguntou: “É isso é um homem?”. Levi conseguiu sobreviver no trabalho da escrita de testemunho, embora não tenha escapado ao discurso que incorpora o indivíduo na consciência do mal. Ou, às práticas históricas de enunciação que criam a figura do judeu no plano da condenação moral como pessoa que tem um preço, portanto, escravizada. Ou, aos impactos da crença e propaganda nazista no psiquismo humano. Escolheu um outro modo possível de dar fim ao seu trauma. Neste artigo, convidamos o sociólogo alemão Norbert Elias, assim como outros pensadores sociais, para desvelar as figurações de sobrevivência na narrativa...