Este ensaio tem como objetivo abordar as imagens da Amazônia na curiosa obra da escultora e escritora Maria Martins (1894-1973), uma das poucas mulheres artistas brasileiras a ser reconhecida internacionalmente em sua época. Este ensaio examina uma pequena parte de sua obra artística – três esculturas, dois poemas e uma gravura -, elaborada no contexto da vanguarda europeia e americana, em diálogo com o modernismo antropofágico brasileiro. Segue a hipótese geral de que as apropriações culturais de Maria têm conexões, ao mesmo tempo, com o movimento surrealista, com a arte barroca da América Latina e com os estudos teóricos contemporâneos, reorganizando categorias como centro e margens e renovando e enriquecendo as reflexões sobre os espaços...