Auditory processing and familiar stressors in individuals with school problems

Objetivo: Verificar a processamento neurológico da informação auditiva e sua possível associação com queixas de estresse familiar em indivíduos atendidos no Ambulatório de Dificuldades Escolares do Programa de Integração Docente Assistencial da UNIFESP. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo transversal de 76 prontuários de escolares na faixa etária de 7 a 14 anos, sendo 21 do sexo feminino e 55 do sexo masculino. Foram analisados os dados do desempenho nos testes comportamentais auditivos, por tipo de estímulo, verbal ou não-verbal, por tarefa, monótica au dicótica e por mecanismo fisiológico auditivo, discriminação de sons em seqüência e atenção seletiva; por ocorrência de queixas de estresse familiar e de queixas fonoaudiológicas. Foram considerados para a estudo as testes de localização sonora, memória seqüêncial para sons verbais e não-verbais, dicótico de dígitos, dicótico não-verbal, dissílabos alternados - SSW, e de fala com ruído. Os estressores familiares considerados foram doença grave na família, hospitalização, criminalidade, violência, suicídio, desemprego e piora de renda e ausência de suporte social. Para análise das respostas do processamento auditivo e dos dados de história estabelecemos critérios qualitativos. A ferramenta estatística utilizada foi a análise de agrupamento, ou análise de conglomerados ou clusters com método de ligação simples. Para a estudo da correlação entre processamento auditivo e estresse agrupamos as sujeitos segundo a presença ou ausência de queixas de situações de estresse e quanto a adequação ou inadequação nos testes, tendo como referência a tipo de estímulo e as mecanismos fisiológicos auditivos. Para analisar a associação entre inadequação do processamento auditivo e estressores foi utilizado a Teste Exato de Fisher para independência entre variáveis. Resultados: Para formação e análise dos clusters foi utilizado 0 nível de similaridade de 80 por cento entre os indivíduos e 0 desempenho no processamento e sua correlação com os dados da história de vida. No estudo dos testes comportamentais auditivos por tipo de estímulo o desempenho da população estudada foi pior com estímulo verbal. Além disso, as indivíduos com as piores desempenhos em testes verbais, exceto teste de fala com ruído, e as com melhores desempenhos nos testes não-verbais apresentaram 0 estressor desemprego. Em relação ao mecanismo fisiológico auditivo de atenção seletiva foi observado que quando 0 estímulo distrator foi a ruído e a tarefa monótica, a desempenho foi melhor do que quando 0 estímulo competitivo foi fala e a tarefa dicótica. No estudo dos testes comportamentais auditivos com tarefa dicótica houve muita variação quanta ao número e ao tipo de estressores nos diferentes desempenhos. Não houve associação estatisticamente significante entre inadequação do processamento auditivo e queixas de situações de estresse familiar. Assim, crianças e adolescentes com presença de distúrbios da comunicação e estressores familiares em sua história de vida, devem ser avaliados quanta ao seu comportamento auditivo. Conclusão: Os dados revelaram uma co-ocorrência de estressores familiares e inadequação do processamento auditivo em indivíduos com dificuldades escolares sem associação estatisticamente significante..BV UNIFESP: Teses e dissertaçõe