Aprender a (p)rezar na era da técnica: Responsabilidade e arbítrio em arquitectura. Lado A

'Aprender a (p)rezar na era da técnica' é uma tentativa de entendimento daquilo que poderemos designar como a função social da arquitectura. É uma tentativa de, por meio das noções de responsabilidade e arbítrio, consubstanciar a ideia de que a arquitectura possa, através dos actos disciplinares, desempenhar um papel de pertinência política no desenvolvimento da liberdade. Esta premissa acaba por direccionar toda a investigação subsequente numa mobilização de argumentos que permitam o edificar um projecto pessoal de arquitectura através da sua consciência de actuação política. Num primeiro momento, procura-se contextualizar as tendências do panorama arquitectónico contemporâneo, procurando compreender o estado global da disciplina, para que, posteriormente, se possam identificar e estabelecer bases para a construção de uma relação crítica com a realidade (disciplinar), que alimentará a construção de uma ideia - ou projecto - de arquitectura que aceite a sua própria instabilidade como condição. É por isso também uma ideia que abraça a contrariedade e a contradição como circunstâncias produtivas. Por fim, reafirmando a crença na subjectiva objectividade (ou, talvez, objectiva subjectividade) do domínio processual, no qual, no enfrentamento pessoal da circunstância, a actuação se poderá mover entre a responsabilidade (do domínio indivíduo-colectivo) e o arbítrio, entre a consciência e a dimensão libertária da acção (enquanto lugar do desenho). Por esta razão, a dissertação será também uma tentativa de compreender e reiterar essa condição artístico-científica, (trans)fronteiriça e multidimensional, da actividade arquitectónica. Formalmente, o trabalho divide-se em duas partes, Lado A e Lado B, como um álbum de dois lados, que materializam a cumplicidade entre pensar e fazer. No Lado A estão alicerçados os argumentos de apoio à consciência da prática, no Lado B revigoram-se, ou contrapõemse, esses fundamentos pela prova à autenticidade e ao contraditório do projecto.Learning to Pray in the Age of Technique is an attempt to understand what we may designate as the social function of architecture. It is an attempt, through the notions of responsibility and will, to substantiate the idea that architecture may, through its very own disciplinary acts, play a role of political relevance in the development of freedom. This premise ends up guiding the whole investigation towards a mobilization of arguments that frame a personal project of architecture through the awareness of (its) political agency. In the first part, we try to contextualize the tendencies of global contemporary architecture, seeking to understand the overall state of the discipline itself so that, subsequently, we can identify and establish the basis for the framing of a critical relationship with (disciplinary) reality, that will ultimately nurture the construction of an idea - or a project - of architecture that accepts its own instability as a productive condition. Thus, also an idea that embraces adversity and contradiction as productive conditions. Lastly, reaffirming the belief in the subjective objectivity (or maybe the objective subjectivity) of the designing process, in which the individual confronting of circumstance, action can move between responsibility (that belongs to the individual-collective domain) and will, between awareness and the libertarian dimension of action (as the place of designing). For this reason, this dissertation is also an attempt to understand and reiterate the artistic-scientific condition of architecture, its borderline, multidimensional condition. Formally, this work is divided in two parts, A-side and B-side, as a double-sided disc record, that materialize the complicity between thinking and doing. The A-side consolidates the arguments that uphold the responsibility of practice, the B-side invigorates or contradicts those same fundaments through the proof of the authenticity and contradiction of designing