O anteparo como recurso de demarcação do objeto escópico : artifício frente às vacilações da imagem do corpo nas psicoses

The present thesis investigates how the idea of a body operates in the psychoses. To do so, it was necessary to unfold the specificities of the scopic field (Real), the specular field (Imaginary) and the perspective field (Symbolic). It was developed a proposition about the necessity of an assembly to articulate these fields and make possible the intuition of a body, delimited in space and endowed with consistency and a certain permanence in time. The gaze fulfills a prominent function in the process of identification with the mirror image, and the constancy of its incidence is related to the emergence of anxiety (Angst); an ineffable feeling that erupts in the psychoses at moments of concomitant hesitation of the body image. The investigation led to what is at stake in the games of children that present themselves as clinically emblematic due to their oscillating nature between one position and another in a pendulum-like motion, which may result either in the recognition of the bodily limits and in the possibility of the I-other correlate differentiation, or in the perpetuation of a confusion towards the akin. It was analysed modes of precipitation of the notion of "I", ranging from the fixity of a character of exception to the emptying of this psychic instance. The following proposition was clarified: alterations in the recognition function are related to the inoperability of the screen. The experience of the author of this research in institutions made possible the investigation of which mode the clinical devices aimed to the treatment of psychoses can generate an artifice that allows to delimitate space in terms of logical coordinates and relocate a body image correlatively. It is the interposition of a screen that, once elevated to the condition of a metaphor, may serve as a device that the patient can use to place his position in social relationsLa recherche examine comment est établie la notion de corps dans les psychoses. Pour ce faire, nous déployons les spécificités du champ scopique (Réel), du champ spéculaire (Imaginaire) et du champ de la perspective (Symbolique). Nous développons la proposition selon laquelle un montage qui articule ces trois champs est nécessaire pour que l'intuition d'un corps délimité dans l'espace, doté d'une consistance et d'une certaine permanence dans le temps soit possible. Nous notons que le regard remplit une fonction importante dans le processus d’identification à l’image spéculaire et que la constance de son incidence est liée à l’émergence de l’angoisse. Il s’agit d’un sentiment ineffable qui surgit dans les psychoses à des moments d’instabilité concomitante de l'image du corps. Nous étudions les jeux d’enfants qui se sont présentés comme cliniquement emblématiques en raison de leur caractère oscillant entre une position et une autre sous la forme de bascule, qui peut conduire soit à la reconnaissance des limites corporelles et à la possibilité de différenciation moi-autrui, soit à la perpétuation d'une confusion avec le semblable. Nous analysons certaines formes de précipitation de la notion de "moi", allant de la fixité d'un caractère d'exception à l'hypothèse selon laquelle cette instance psychique se vide. Nous clarifions la proposition selon laquelle les changements dans la fonction de la reconnaissance sont liés à l'inopérance de l’écran. À partir de notre expérience dans différentes institutions, nous étudions comment des dispositifs cliniques pour le traitement des psychoses peuvent être propices à l'invention d'un artifice qui permet de démarquer l'espace en termes de coordonnées logiques et, corrélativement, de saisir l'image du corps. Il s’agit de l'interposition d'un écran qui, dès lors qu'il peut être élevé à la condition de métaphore, sert de ressource que le patient pourra utiliser pour se situer dans les relations sociales.A pesquisa investiga como opera a noção de corpo nas psicoses. Para tanto, desdobramos as especificidades do campo escópico (Real), do campo especular (Imaginário) e do campo da perspectiva (Simbólico). Desenvolvemos a proposição de que é preciso uma montagem que articule esses três campos para que a intuição de um corpo demarcado no espaço, dotado de consistência e de certa permanência no tempo seja possível. Notamos que o olhar cumpre função proeminente no processo de identificação com a imagem especular e que a constância de sua incidência está relacionada à emergência da angústia. Sentimento inefável que irrompe, nas psicoses, em momentos de concomitante vacilação da imagem do corpo. Investigamos o que está em causa nos jogos infantis que se apresentam como clinicamente emblemáticos por seu caráter de oscilação entre uma posição e outra sob a forma de báscula, podendo desembocar seja no reconhecimento dos limites corporais e na possibilidade de diferenciação eu-outro que lhe é correlata, seja na perpetuação de uma confusão com o semelhante. Analisamos algumas formas de precipitação da noção de “eu”, que vão desde a fixidez de um caráter de exceção até o esvaziamento dessa instância psíquica. Esclarecemos a proposição de que alterações na função do reconhecimento estão relacionadas à inoperância do anteparo. Valendo-nos da experiência em diferentes instituições, investigamos de que modo os dispositivos clínicos destinados ao tratamento das psicoses podem se revelar propiciatórios da invenção de um artifício que permita demarcar o espaço em termos de coordenadas lógicas e, correlativamente, cernir a imagem do corpo. Trata-se da interposição de um anteparo, o qual, uma vez que possa ser alçado à condição de metáfora, servirá de recurso do qual o paciente poderá se valer para situar a sua posição nas relações sociai