Releituras digitais: a descontextualização da obra de arte ou o pertencimento a partir de intervenções?

Resumo: Aqui falaremos sobre um fenômeno acarretado da digitalização e disponibilização na internet de obras de artes, atentando para apropriações digitais dessas obras de arte (que, neste contexto, são imagens digitais) através da incorporação de elementos digitais na sua visualidade. Observamos duas posições possíveis perante este fenômeno: ver as releituras digitais como uma apropriação que dessacraliza as obras de arte, tirando-as de seu contexto original de maneira negativa; uma forma de pertencimento a partir da obra de arte, a qual não prejudica a conservação de originais, em uma atualização de seu contexto. Observaremos, buscando polarizar comportamentos a partir das duas posições traçadas e entender outros fenômenos compreendidos, dois casos emblemáticos de apropriações digitais de obras de arte. Primeiramente, um caso que vemos como essencial para este estudo, tanto pela relevância histórica e artística da obra original, como pelo grande número de releituras encontradas na internet, que são as apropriações de digitalizações da Mona Lisa, obra de Leonardo da Vinci do século XVI. Também analisaremos a página da rede social Facebook Classical Art Memes, na qual são acrescentados textos e intervenções visuais à pinturas digitalizadas, e essas são publicadas na Linha do Tempo da página.Sem bols