Roland Barthes alegava que ele escrevia sempre a partir do desejo do outro, “por encomenda”. Este artigo tem como objetivo demonstrar que essa afirmação é falsa: Barthes escreveu muito a partir de seus próprios projetos, claramente ligados a um desejo seu. Para isso, descrevemos o que seriam esses desejos, materializados na forma de projetos de pesquisa observados nas notas de classe para os seus alunos da École de Hautes Études em Sciences Sociales, entre 1962 e 1973. No final, tentamos mostrar como o projeto final transformou a sua escrita e permitiu a publicação dos seus livros mais experimentais: Roland Barthes por Roland Barthes, Fragmentos de um discurso amoroso e A câmara clara