Addressing social amnesia in Slaughterhouse-Five, by Kurt Vonnegut

This article presents a critical and literary analysis of Kurt Vonnegut’s Slaughterhouse-Five or The Children’s Crusade (1969), focusing on the particularities related to the dialogue between Vonnegut’s work and History, such as the influence of the cultural tradition in portraying World War II in works of art. In order to do that, we begin with a brief presentation of Vonnegut’s biography and the historical context in which he and his work are inserted. This contextualization is indispensable due to the aforementioned dialogue that the novel maintains with History and, by being the former, in part, autobiographical. We aim to show that the lack of available information and publicity about Dresden’s attack at the time was more than just an accident or oversight, but a fabricated situation in which the events surrounding it are intentionally left out from “official” History, constituting a process labeled “social amnesia” (BURKE, 1997). Along our analysis, we evidence Vonnegut’s awareness of this condition of alienation and investigate  the author’s strategy for breaking with the “romanticized” view of World War II, especially his concerns about the (re)construction of the social memory on the events that involved Dresden’s massacre. These observations will be done based on theoretical concepts from the fields of Literature and History, Comparative Literature, History and Memory, and include texts by theoreticians such as Linda Hutcheon, Peter Burke, Jacques Le Goff, Tânia Franco Carvalhal and Sandra Nitrini.Este artigo apresenta uma análise crítica e literária do romance Slaughterhouse-Five or The Children’s Crusade (1969) de Kurt Vonnegut, destacando destacando as questões e particularidades relacionadas ao diálogo entre a obra literária de Vonnegut e a História, tal como influência da tradição cultural na representação da Segunda Guerra Mundial em obras de arte. Para tal fim, realizaremos inicialmente uma breve apresentação biográfica do autor e do contexto histórico-social no qual ele e sua obra estiveram inseridos. Esta ambientação contextual é indispensável  devido ao já mencionado diálogo que a obra mantém com a História e, principalmente, pelo fato da primeira ser em partes autobiográfica. Nosso objetivo é mostrar que a falta de informações e publicidade disponíveis sobre o ataque de Dresden na época foi mais do que apenas um acidente ou descuido, mas uma situação fabricada na qual os eventos envolvendo o o incidente são intencionalmente deixados de fora da história "oficial", constituindo um processo denominado " amnésia social ” (BURKE, 1997). Ao longo de nossa análise, evidenciamos a consciência de Vonnegut sobre essa condição de alienação e investigamos a estratégia do autor para romper com a visão "romantizada" da Segunda Guerra Mundial, em especial suas preocupações com a (re)construção da memória social sobre os eventos que envolveram o massacre de Dresden.  Essas observações serão feitas com base em conceitos teóricos das áreas de Literatura e História, Literatura Comparada, História e Memória e incluirão textos de Linda Hutcheon, Peter Burke, Jacques Le Goff, Tania Franco Carvalhal e Sandra Nitrini