Momentos de mudança de orientação de sentido nas hesitações de um sujeito com Doença de Parkinson e de um sujeito sem lesão neurológica

Os trabalhos de natureza biomédica que tratam da Doença de Parkinson, embora detectem nela o que entendem como problemas de linguagem, pouco os enfocam de um ponto de vista discursivo. Tivemos como objetivo, analisar em quais momentos do discurso de um sujeito parkinsoniano e de um sujeito sem lesão neurológica mudanças de orientação de sentido, marcadas por hesitação, estariam mais presentes. Para desenvolver o trabalho, analisamos amostras da atividade enunciativa desses sujeitos e selecionamos o tipo hesitativo em questão. Encontramos momentos de deslizamentos para contextualização correspondentes a 25% para o sujeito parkinsoniano e a 60% para o sujeito controle e, nos momentos de deslizamento de tópico para subtópico, encontramos uma porcentagem de 23% para o sujeito parkinsoniano e de 2,0% para o não-parkinsoniano. Uma interpretação possível para essa disparidade é a de que a diferença de condição enunciativa (parkinsoniano/não-parkinsoniano) esteja afetando o controle dos sentidos por parte do sujeito parkinsoniano