Empatia um novo imperativo na relação terapêutica que se estabelece entre enfermeiro de família e família como unidade de cuidados

Estágio e Relatório do Mestrado em Enfermagem de Saúde FamiliarEnquadramento: o presente relatório foi elaborado no âmbito do Mestrado em Enfermagem de Saúde Familiar, tendo decorrido na Unidade Saúde Familiar Baltar, permitindo a aquisição de competências nesta área. Neste percurso constatamos a pertinência do tema relação terapêutica empática nos Cuidados Saúde Primários, (tudo o que acontece entre um tu e um eu). É atendendo às suas necessidades, (utente/família) com sensibilidade, prontidão e solidariedade, mediante ações de cuidado realizadas com o intuito de promover o conforto, bem-estar e o rápido restabelecer da saúde, que a empatia é apontada como imprescindível para um cuidar humanizado e holístico. Tem como finalidade ser efetivo na adesão ao regime terapêutico, e neste sentido a elegemos como tema para o estudo empírico: Empatia um novo imperativo na relação terapêutica que se estabelece entre enfermeiro de família e família como unidade de cuidados. Objetivos: refletir sobre as competências desenvolvidas durante o estágio recomendadas pela Ordem dos Enfermeiros para um enfermeiro especialista em Enfermagem de Saúde Familiar, relacionando a evidência científica/suporte teórico e, apresentar um estudo de investigação empírico. Métodos: o estudo empírico assenta numa metodologia do tipo longitudinal e exploratório com uma análise de dados mista sendo recolhidos dados através de dois instrumentos, um questionário a ser aplicado a enfermeiros e um formulário a ser aplicado aos registos do processo de enfermagem. Pretende-se dar resposta ao objetivo geral: avaliar o efeito das intervenções na utilização da empatia na relação terapêutica pelos enfermeiros de família da amostra. Resultados: analisando os dados podemos considerar que os enfermeiros de família da amostra, apresentaram um bom nível de Preocupação Empática (média de 25,44±3,38 de um total máximo de 30 pontos da Escala de Preocupação Empática) e que difere significativamente com o sexo dos profissionais. Os profissionais consideraram ainda, muito importante a empatia e o estabelecimento de relações terapêuticas com a família e os seus membros (97,7% da amostra). Os enfermeiros de família identificaram como principais fatores facilitadores (confiança, escuta, toque e, disponibilidade) e dificultadores (barreiras culturais/familiares, temporais e comunicacionais) de uma relação terapêutica entre si e a família que cuida, demonstrando possuir conhecimentos relacionados com estes aspetos. No entanto, este conhecimento não se reflete nas práticas de documentação, quer ao nível dos focos identificados (62,5%), quer ao nível das intervenções de enfermagem documentadas (63,2%), existindo ainda uma elevada percentagem de profissionais de enfermagem que assume não fazer registos clínicos. Conclusão: com o término do relatório damos por adquiridas as competências a que nos propusemos e os objetivos que o sustentaram, com a certeza de que foi adquirido conhecimento fundamental para o exercício da profissão no dia-a-dia. Com a concretização do estudo empírico verificamos que os enfermeiros participantes são da opinião das inúmeras vantagens da empatia, como poderosa estratégia na relação terapêutica, criando um ambiente de humanização e de excelência para a promoção da saúde, prevenção da doença, com consequentes ganhos em saúde, permitindo uma melhoria de cuidados prestados e, relevância crescente ao papel do enfermeiro de família.Background: this report was elaborated within the scope of the Master in Family Health Nursing, which took place at the Baltar Family Health Unit, which enabled the acquisition of these skills in this field. Within this work, we find the relevance of the empathic therapeutic relationship in Primary Health Care, (everything that happens between you and me), is by meeting their needs, (patient / family) with sensitivity, readiness and solidarity, through actions of care. carried out in order to promote comfort, well-being and a quick recovery, that empathy is pointed out as essential for humanized and holistic care. Its purpose is to be effective in adherence to the therapeutic regimen, and in this sense we chose it as the theme for the empirical study: Empathy a new imperative in the therapeutic relationship that is established between the family nurse and family as care unit. Objectives: reflect on the skills developed during the internship recommended by the Order of Nurses for a nurse skilled in Family Health Nursing, connecting the scientific evidence / theoretical support and presenting an empirical research study. Methods: the empirical study is based on a longitudinal and exploratory methodology with a mixed data analysis being collected two ways, a survey to be applied to nurses and a form to be applied to the records of the nursing process. This is intended to meet the general objective: to evaluate the effect of interventions on the use of empathy in the therapeutic relationship by family nurses in the sample. Results: analyzing the data we can consider that family nurses, in the sample, presented a good level of Empathic Concern (average 25.44 ± 3.38 out of a maximum of 30 points of the Empathic Concern Scale) and that it differs significantly with the gender of the professionals. The professionals also considered that empathy and the establishment of therapeutic relationships with the family and their members is very important (97.7% of the sample). Family nurses identified as main facilitating factors (trust, listening, touch and, availability) and hindering factors (cultural / family, temporal and communication barriers) of a therapeutic relationship between themselves and the family they care for, demonstrating to have knowledge related to these aspects. However, this knowledge is not reflected in documentation practices, either at the level of identified focus (62.5%) or at the level of documented nursing interventions (63.2%), and there is still a high percentage of nursing professionals that assume not to perform clinical records. Conclusion: at the end of the report, we take acknowledge of the skills we set ourselves to have and the objectives that supported it, with the certainty that fundamental knowledge was acquired for the daily practice of the profession. With the completion of the empirical study we found that the participating nurses are sure of the the numerous advantages of empathy, as a powerful strategy in the therapeutic relationship, creating an environment of humanization and excellence for health promotion, disease prevention, with consequent health gains, allowing an improvement of care and increasing relevance to the role of the family nurse