Investigação epidemiológica e controle de Esquistossomose e demais parasitoses intestinais na Zona da Mata Mineira

-As parasitoses intestinais representam importante problema de saúde pública no Brasil e constituem um desafio aos gestores municipais de saúde. Levantamentos coproparasitológicos são importantes ferramentas para o fornecimento de informações epidemiológicas e podem servir de base para a implementação de políticas públicas de saúde na esfera da atenção primária. Este trabalho visou, avaliar a prevalência das parasitoses intestinais nos municípios de Piau e Goianá, situados na microrregião de Juiz de Fora, no ano de 2007. O estudo se deu nos municípios de Goianá e Piau, ambos situados na microrregião de Juiz de Fora Minas Gerais, no ano de 2007. A amostra probabilística foi selecionada através de sorteio dos domicílios cadastrados no Programa de Saúde Família (PSF). Foram 791 indivíduos em Goianá e 925 em Piau. Coletou-se uma amostra de fezes de cada participante, que foram recolhidas pelos agentes de saúde e por uma equipe da Gerência Regional de Saúde-MG, e levadas ao Laboratório de Parasitologia do ICB para armazenamento em solução conservadora, processamento e exame posterior pelo método de HPJ. Das 791 amostras examinadas em Goianá, 49 apresentaram-se positivas (6,19%) para enteroparasitos e/ou comensais, sendo que Entamoeba coli e Endolimax nana foram os mais prevalentes, com 26% para ambos, seguido dos Ancilostomídeos (22%). Além disto, foram encontrados, Strongyloides stercoralis (9%), Iodoameba (9%), Giardia lamblia (6%) e E. histolytica (2%). Já em Piau, do total de 925 amostras encaminhadas para análise, 206 foram positivas para pelo menos um enteroparasito ou comensal (Gráfico 1) e 719 negativas. Dentre os parasitos, os ancilostomideos e Giardia lamblia apresentaram maior prevalência, com a mesma porcentagem (13,7%). Também foram encontrados: Ascaris lumbricoides (3,5%), Strongyloides stercoralis (2,7%), Enterobius vermicularis (4,3%), Trichuris trichiura (1,2%), Hymenolepis nana (0,4%), Entamoeba hystolitica (9%), Endolimax nana (9%), Taenia sp (0,8%) e Schistossoma mansoni (0,8%). É interessante ressaltar que o enterocomensal Entamoeba coli apresentou a maior prevalência com 40,2%. Este levantamento revela elevada prevalência de helmintos, protozoários intestinais patogênicos e não-patogênicos, como demonstrado por vários estudo deste tipo. Estes resultados estão relacionados às precárias condições de saneamento básico e educação sanitária que devem ser reavaliadas de maneira sistemática no contexto da Atenção Primária em Saúde. Os elevados índices de prevalência de protozoários comensais podem estar associados à deficiência de noções básicas de higiene e educação sanitária pela população. Estudos como este são importantes fontes de conhecimento para estudantes de graduação, além de serem importantes ferramentas de contextualização frente à realidade brasileira e conscientização sobre a importância das parasitoses no nosso meio e sua negligência por parte das comunidades , profissionais de saúde e políticas púbicas