Os Sertões and the History of Geography: the autonomization and formation of work in Brazil

Esta pesquisa é um estudo sobre o livro \"Os Sertões\" de Euclides da Cunha, e como a partir deste foi possível discutir algumas questões como: raça, modernização, autonomização do capital e a formação do trabalho no Brasil. A partir dos temas abordados por Euclides da Cunha foi possível relacioná-lo aos autores considerados da \"Geografia Clássica\" como Friedrich Ratzel e Paul Vidal de La Blache, não só o contexto histórico dos autores era o mesmo como também suas concepções cientificas, raciais e os ideais nacionais. Apesar de todos partirem da ideia de uma superioridade racial europeia, os autores apresentam divergências nos estudos sobre a raça, o que parece ser decorrência dos desígnios imperialistas tanto de Ratzel como de La Blache. Neste sentido é importante ressaltar que esta pesquisa tem como objetivo desnaturalizar os discursos que entendem esta mediação social como um desenvolvimento da técnica humana, e como estas concepções são tributárias de uma ciência que se constitui a partir das ciências naturais. Desta forma foi possível construir uma argumentação que nega tanto a ideia de uma ciência neutra como a do surgimento da nação enquanto processo evolutivo do \"humano\", ambas fazem parte de um determinado contexto histórico e ao partirem da premissa da neutralidade, naturalizam uma forma social que só é capaz de se reproduzir a partir da violência.This research is a study on the book \"Os Sertões\" by Euclides da Cunha, and how from this it was possible to discuss some issues such as: race, modernization, capital autonomy and the formation of work in Brazil. From the themes approached by Euclides da Cunha it was possible to relate it to authors considered from \"Classical Geography\" such as Friedrich Ratzel and Paul Vidal de La Blache, not only was the historical context of the authors the same, but also their scientific, racial conceptions and national ideals. Although they all started from the idea of European racial superiority, the authors present divergences in the studies on race, which seems to be due to the imperialist designs of both Ratzel and La Blache. In this sense, it is important to emphasize that this research aims to denaturalize the discourses that understand this social mediation as a development of human technique, and how these conceptions are tributaries of a science that is constituted from the natural sciences. In this way, it was possible to construct an argument that denies both science and the nation as neutral, or as a historical process of evolution of the \"human\", both are part of a certain historical context, and starting from the premise of neutrality, naturalize a form which is only capable of reproducing itself through violence