Este trabalho procura estabelecer uma leitura possível de um romance aparentemente circunstancial da autoria de D. Francisco Manuel de Melo, poeta português do século XVII que exerceu o seu ofício durante o período da Monarquia Dual. Tem sido sobejamente denunciada a filiação estética de D. Francisco no trabalho poético do grande poeta espanhol Francisco de Quevedo. No caso concreto deste poema, partimos da confirmação dessa mesma filiação, alicercada na imitação do mestre no que respeita à bateria tropológica utilizada, para de seguida percebermos como o poema se distancia profundamente dessa filiação e do registo ligeiro superficial para encerrar em si próprio uma séria preocupação dirigida à civilização do barroco, que surge assim esca...