Análise da fadiga cíclica de novo sistema de instrumentação assistida TruNatomy® versus Reciproc Blue® : uma revisão sistemática

Introdução: A fratura de instrumentos endodônticos no interior dos canais radiculares é, ainda hoje, um problema que preocupa os Médicos Dentistas. A fratura destes instrumentos ocorre, maioritariamente devido à fadiga cíclica. Neste sentido, há uma incessante procura, por parte dos fabricantes, para criar instrumentos com melhores propriedades mecânicas, de forma a dar resposta às necessidades que são exigidas. Objetivos: Analisar o conhecimento atual acerca da resistência à fadiga cíclica dos sistemas TruNatomy® e Reciproc Blue®. Materiais e Métodos: Esta revisão sistemática consistiu numa pesquisa bibliográfica até abril de 2020, realizada em três bases de dados: MEDLINE (PubMed®), Web of Science® e Springer Link®. Foi delineada uma equação de pesquisa com os termos de interesse. Após serem eliminados os resultados duplicados, os artigos foram revistos por título e abstract e, posteriormente, foi realizada leitura integral dos mesmos. Os dados relevantes foram extraídos através de uma tabela, criada para este propósito, e analisados estatisticamente. Resultados: Dos 28 artigos obtidos, apenas 10,71% testaram as limas TruNatomy® e 89,29% testaram as limas Reciproc Blue®. 82,14% utilizaram um modelo estático e 14,29% um modelo dinâmico. Apenas um estudo (3,57%) realizou os dois tipos de testes. Foi realizado um total de 34 testes à fadiga cíclica. Verificou-se que 85,29% recorreu a um canal artificial de curvatura única e 14,71% a dupla curvatura. 46,43% utilizaram o tempo de fratura, 32,14% usaram o número de ciclos de fratura e 21,43% dos estudos utilizaram ambas as medições. Conclusão: Não foi possível realizar a comparação direta entre as limas TruNatomy® e Reciproc Blue®, por não existir nenhum estudo experimental comparativo. Ambas as limas revelaram bom desempenho relativamente à fadiga cíclica, sendo que as Reciproc Blue® foram mais estudadas, em diferentes condições e tipos de estudo. Dado que as limas TruNatomy® são um sistema extremamente recente, é necessário serem mais estudadas para comprovar o possível benefício na extrapolação para a prática clínica.Introduction: The fracture of endodontic instruments inside the root canals is, even today, a serious problem that concerns Dentists. The fracture of these instruments occurs mainly due to cyclic fatigue. In this sense, there is an incessant effort on the part of manufacturers to create instruments with better mechanical properties, to meet the required needs. Objectives: To analyze the current knowledge about resistance to cyclic fatigue in the TruNatomy and Reciproc Blue systems. Materials and Methods: This systematic review consisted of a literature search until april 2020, performed in three databases: MEDLINE (PubMed®), Web of Science® and Springer Link®. A research equation was designed with the terms of interest. After the duplicate results were eliminated, the articles were reviewed by title and abstract and the articles of interest were read in full. The relevant data were extracted using a table, created for this purpose, and analyzed statistically. Results: Of the 28 articles obtained, merely 10.71% tested TruNatomy files and 89.29% tested Reciproc Blue files. 82.14% used a static model and no more than 14.29% used a dynamic test. Only one study (3.57%) performed both tests. A total of 34 tests for cyclic fatigue were performed. It was found that 85.29% resorted to an artificial canal of single curvature and 14.71% to double curvature. 46.43% used the fracture time, 32.14% used the number of fracture cycles and 21.43% of the studies used both measurements. Conclusion: It was not possible to perform a direct comparison between TruNatomy® and Reciproc Blue® files, as there is no comparative experimental study. Both files showed good performance in relation to cyclic fatigue, with Reciproc Blue® being more studied, under different conditions and types of study. Given that TruNatomy® files are an extremely recent system, further studies are needed to extrapolate possible benefit to clinical practice