Análise das concentrações de Dióxido de Azoto (NO2) no concelho de Lisboa

Diversas ações antrópicas são responsáveis por causar desequilíbrios no ambiente, como é o caso da poluição atmosférica causada pela libertação de diversos poluentes como o dióxido de azoto (NO2), prejudicial à saúde humana. Como forma de se evitar, prevenir ou reduzir as concentrações dos poluentes atmosféricos, Portugal implantou o Decreto-Lei nº. 102/2010 que fixa os objetivos para a qualidade do ar ambiente tendo em conta orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo comparar a relação entre as concentrações de NO2 em dois períodos distintos de 2018, para o concelho de Lisboa: mês de agosto, onde há aumento de turistas na região, e em maio, mês menos turístico. Para isso, recorreu-se aos dados de qualidade do ar de cinco estações da rede nacional de monitorização existentes no concelho de Lisboa, disponibilizados no website QualAr. Esses dados foram posteriormente tratados em software de Sistema de Informação Geográfica (SIG) e representados na forma de mapas. Além disso, foi feita a comparação da concentração diária do poluente e da velocidade do vento diária, nos mesmos meses de 2018. Como resultados principais verificou-se a influência do aumento do turismo na região no mês de agosto, onde a concentração máxima de NO2 foi de 138 μg.m-3, enquanto no mês de maio a concentração máxima foi de 106 μg.m-3. Também é bem visível a influência do vento na concentração do poluente na atmosfera, pois correlacionando os dados da velocidade do vento com a concentração de NO2 para esse intervalo de tempo, constata-se o decréscimo da sua concentração à medida que a velocidade do vento aumenta. Face ao exposto, é notório que o aumento do fluxo de veículos e pessoas na capital portuguesa durante o mês de agosto provoca o aumento da concentração de NO2 para toda a cidade. Ademais, a influência do vento exerce um papel de dispersão do poluente, logo, quanto maior for sua velocidade menor será a concentração do NO2.