Alterações ecocardiográficas associadas ao esforço isométrico por preensão manual na insuficiência mitral secundária

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2018Introdução: A insuficiência mitral secundária (IMS) é uma patologia com importante prevalência e associada a significativa morbi-mortalidade. É, também, uma doença dinâmica. Estudos anteriores já avançaram com contributos para o estudo desta patologia em contexto de esforço, documentando uma relação do agravamento ecocardiográfico da insuficiência valvular durante o exercício com maiores morbilidade e mortalidade. As recomendações actuais para a abordagem terapêutica reconhecem dúvidas quanto à capacidade da intervenção valvular para modificar o prognóstico. Considerando que o ecocardiograma de esforço poderá desempenhar um papel na triagem de doentes para intervenção, interessa caracterizar melhor as alterações que sucedem no esforço e documentar o seu poder preditor da resposta à intervenção. Este estudo pretende contribuir para essa caracterização, comparando as alterações ecocardiográficas no esforço de doentes com miocardipatia dilatada não isquémica (MCDNI) e doentes com cardiopatia isquémica (CI). Métodos e resultados: Na fase piloto do estudo, reuniu-se uma amostra de 8 doentes com IMS associada a MCDNI. Aplicou-se um protocolo de esforço isométrico por preensão manual e procedeu-se a uma avaliação ecocardiográfica durante o esforço. Foi analisada a velocidade máxima do jacto regurgitante em esforço (m= 3.75 m/s; s= ± 0.5 m/s) para estimar o tamanho da amostra necessário para mostrar um aumento de 20% (a= 0.05; 1- b= 0.95) no subgrupo com CI quando comparado com o subgrupo da MCDNI, chegandose a um tamanho de amostra total necessário de 24 participantes, 12 em cada subgrupo. Conclusões: O estudo será continuado, com inclusão de mais 16 participantes, de forma a alcançar o tamanho de amostra calculado. Os subgrupos serão comparados quanto à velocidade do jacto regurgitante máximo, raio PISA, área do orifício regurgitante efectivo, volume regurgitante e volumes ventriculares telessistólico e telediastólico no estado de esforço e em análise que considere as alterações verificadas no estado de esforço face ao estado de repouso.Background: Secondary mitral valve insufficiency (SMVI) is a highly prevalent disease associated with significant morbimortality. Because SMVI is known to be a dynamic condition, prior experiments were designed to study its behavior under stress conditions and found increases in regurgitation to convey higher morbidity and mortality. Current guidelines concerning the management of SMVI acknowledge remaining doubts regarding the ability of a valvular intervention to modify the patient’s prognosis. We believe that stress echocardiography may play a role in selecting patients for valvular intervention and, therefore, we think there is the need to both better describe the changes that take place in the mitral valve when the heart is put under stress and ascertain their predictive value for post-intervention evolution. This study aims to partially contribute to that needed enlightenment by comparing valvular changes under a strain protocol in two different patients’ subgroups: those with non-ischemic dilated myocardiopathy (NIDMC) and those with ischemic cardiomyopathy (ICM). Methods and results: As a pilot study, we conducted an echocardiographic evaluation of 8 patients with SMVI associated with NIDMC while they were undergoing an isometric exercise protocol (handgrip). We used maximal regurgitant jet velocity (m= 3.75 m/s; s= ± 0.5 m/s) to estimate the sample size needed to show a 20% increase (a= 0.05; 1-b= 0.95) in the ICM subgroup when compared to the NIDCM group. We came to a total of 24 subjects, equally distributed by the two subgroups. Conclusions: We will pursue this study and further include an additional 16 patients in our sample. We will be comparing the two subgroups in maximal regurgitant jet velocity, PISA radius, effective regurgitant orifice area, regurgitant volume and both end-systolic and end-diastolic ventricular volumes and analyzing those parameters as acquired and calculated during the stress protocol and considering their variation from rest echocardiogram