Variabilidade e reprodutibilidade da análise das medições ecocardiográficas na estenose valvular aórtica

Background: Doppler echocardiography is the most frequent method for detecting and evaluating the severity of valvular aortic stenosis. The aim of this study was to assess the variability and reproducibility of echocardiographic parameters including aortic valve area (AVA), peak aortic jet velocity (Vmax), velocity ratio (VLVOT/Vmax), peak gradient (Gmax) and mean gradient (Gmean) in aortic stenosis (AS) patients. Methods: Doppler echocardiograms were obtained from 150 randomly selected patients (56.7% male; mean age 73±9 years) with asymptomatic moderate aortic valve stenosis. The echocardiographic measurements were performed by two independent level III (expert) blinded observers. To assess intra-observer variability, we evaluated parameters of AS progression at two different times (mean of two weeks after the first examination). Results: For intra-observer variability (observer 1), the variation and reproducibility coefficients were, respectively, 1.88% and 0.16 m/s for Vmax, 2.08% and 0.14 for VLVOT/Vmax, 2.05% and 0.18 cm2 for AVA, 3.89% and 5.18 mmHg for Gmax and 7.87% and 6.30 mmHg for Gmean. For inter-observer variability, the variation and reproducibility coefficients were, respectively, 2.00% and 0.14 m/s for Vmax, 2.91% and 0.14 for VLVOT/Vmax, 7.67% and 0.16 cm2 for AVA, 8.53% and 7.06 mmHg for Gmean and 3.90% and 5.58 mmHg for Gmax. Both intra- and inter-observer studies showed excellent intraclass correlation coefficients (ICC) for all echocardiographic parameters (ICC ranged from 0.943 to 0.990 for intra-observer variability and from 0.955 to 0.992 for interobserver variability). Conclusion: Doppler echocardiographic measurements of AVA, Vmax, Gmax and Gmean are highly reproducible when performed by expert observers. Of all echocardiographic parameters, Vmax and VLVOT/Vmax showed the best variability and reproducibility, and thus constitute reliable tools for clinical and research purposes in aortic stenosis diagnosis and follow-up.Introdução: A ecocardiografia Doppler é o método mais frequente de detecção e avaliação da gravidade da estenose valvular aórtica. O objectivo deste estudo foi avaliar a variabilidade e reprodutibilidade dos parâmetros ecocardiográficos como a área valvular aórtica (AVA), velocidade pico (Vmax), relação de velovidades (VLVOT/Vmax), gradiente pico (Gmax) e gradiente médio (Gmédio) nos doentes com estenose aórtica. Métodos: Um ecocardiograma Doppler foi realizado em 60 doentes consecutivos seleccionados aleatoriamente (da população do estudo RAAVE) com estenose aórtica moderada a grave assintomática (56.7% sexo masculino; idade média 73 ± 9 anos). As medidas ecocardiográficas foram efectuadas por dois ecocardiografistas de nível III numa estratégia de dupla ocultação. Para o estudo da variabilidade intra-observador, avaliamos os prâmetros de progressão da estenose aórtica em dois momentos diferentes (média de duas semanas após o 1.º exame). Resultados: No que respeita à variabilidade intra-observador (observador 1), os coeficientes de variação e reprodutibilidade foram, respectivamente, 1.88% e 0.16 m.s-1 para a Vmax, 2.08% e 0.14 cm2 para a VLVOT/Vmax, 2.05% e 0.18 ms-1 para a AVA, 3.89% e 5.18 mmHg para Gmax and 7.87% e 6.30 mmHg para o Gmédio. No que respeita à variabilidade inter- -observador, os coeficientes de variação e reprodutibilidade foram, respectivamente, 2.00% e 0.14 m.s-1 para a Vmax, 2.91% e 0.14 m.s-1 para a relação VLVOT/Vmax, 7.67% e 0.16 cm2 para a AVA, 8.53% e 7.06 mmHg para o Gmédio e 3.90% e 5.58 mmHg para o Gmax. Os estudos intra-observador e inter-observador mostraram ter excelentes coeficientes de correlação intra-classe (CCI), para todos os parâmetros ecocardiográficos (CCI varia de 0.943 até 0.990 para a variabilidade intra- -observador e de 0.955 até 0.992 para a variabilidade inter-observador). Conclusões: As medições ecocardiográficas da AVA, Vmax, Gmax and Gmédio são altamente reprodutíveis quando realizadas por ecocardiografistas experientes. De todos os parâmetros ecocardiográficos a Vmax e a relação VLVOT/Vmax apresentam os melhores valores de variabilidade e reprodutibilidade e assim constituem provavelmente a melhor ferramenta no diagnóstico e seguimento criterioso dos doentes com estenose valvular aórtica.