Violência entre pares numa escola básica do 1º ciclo do ensino básico

Neste artigo apresenta-se um estudo empírico realizado numa escola portuguesa do 1º ciclo do ensino básico (1º ao 4º ano de escolaridade), através da aplicação de um questionário aos alunos das suas 10 turmas. Teoricamente apoia-se em estudos portugueses e de outros países que apontam para a importância de uma abordagem preventiva e humanista à problemática da violência nas escolas. A análise dos dados permite perceber como os alunos descrevem o problema da violência no seu quotidiano escolar. Para a maior parte dos alunos, a maior parte das situações de violência são episódios ocasionais. Na verdade, a violência reiterada é referida por 16.1% dos alunos, que se manifestam vítimas de bullying. Mais de 50% dos s alunos não recorreram aos professores, em situação de violência, e numa percentagem semelhante não recorreram aos pais e quando recorreram só em cerca de metade das situações estes atuaram. O papel dos pares, nomeadamente dos amigos, é um fator de proteção e parece estar bem presente nas relações entre estas crianças. No entanto, ainda assim, há 9% de alunos que dão sinais de insatisfação a este nível, sendo particularmente relevante a tendência das vítimas para não brincarem com amigos.