Escola e modernização (XVIII-XX). Instituição Educativa e Perfis Letrados

Instituição da Modernidade, a escola e a cultura escolar, ao consolidarem-se como conhecimento, norma e normalização, constituíram-se como factor de mudança e de transformação da sociedade, através de um processo pedagógico e de uma tecnologia do social. A reconstituição da relação entre a escola e a sociedade sugere a relevância e o significado histórico do processo de escolarização, como formativo, e da escola, como instituição educativa. Formativa e disciplinadora, a escola, cuja ação evoluiu de um objectivo de segmentação para objectivos de compreensão e universalização, foi estruturante da Modernidade, criando e aplicando regras vulgarizando uma pragmática cultural, definindo e legitimando perfis letrados. Centrando a observação na escolarização da sociedade portuguesa, conclui-se que ela integrou os seguintes ciclos histórico-pedagógicos: estatalização, nacionalização, governamentação, regimentação, universalização escolar, diversificação. Nesta longa duração, o educacional escolar foi configurado numa hierarquia de perfis letrados: elementares, complementares, elaborados/ especializados, superiores.