Medicamentos Biológicos e Doença Inflamatória Intestinal

Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2014A doença de Crohn e a Colite Ulcerosa são duas doenças que, genericamente, se designam por doenças inflamatórias do intestino. Estas são doenças crónicas que se caracterizam por períodos de inflamação (com exacerbação dos sintomas), seguidos por períodos de remissão. As lesões podem ser limitadas à região do reto e do colon (colite ulcerosa) ou estenderem-se por todo o trato digestivo (doença de Crohn), podendo essas lesões serem relativamente simples ou mais complexas, levando à estenose ou à formação de fístulas. Estas patologias são características dos países desenvolvidos, especialmente da Europa do Norte e da América do Norte embora se tenha vindo a verificar um aumento de incidência em países em desenvolvimento. Até à data ainda não se conseguiu definir os fatores que desencadeiam o seu aparecimento, no entanto, supõe-se que resultem de uma resposta descontrolada do sistema imunitário a fatores ambientais que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos. Uma vez que ainda se desconhece a causa para estas patologias, a terapêutica disponível não leva à cura, mas foca-se em manter os doentes em período de remissão durante o máximo de tempo possível. Esta deve ser adaptada às necessidades de cada doente, sendo que existem orientações para o estabelecimento do regime terapêutico. Os fármacos de primeira linha são os anti-inflamatórios aminossalicilados, seguidos pelos corticosteroides (tópicos ou orais), derivados da tioguanina e metotrexato. Para aqueles doentes refratarios às terapêuticas anteriores existe ainda a possibilidade de tratamento com fármacos biológicos como o Infliximab ou o Adalimumab, dois anticorpos anti-TNF