Inibidores Enzimáticos como Estratégia Terapêutica no Tratamento do Cancro da Próstata

Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2014A maior parte dos cancros da próstata são hormona-dependentes nomeadamente dependentes de androgénios. O tratamento convencional passa por orquiectomia ou castração química através da administração de análogos da hormona libertadora da gonadotropina que diminui a produção de androgénios pelos testículos. No entanto, a produção de androgénios via glândulas adrenais não é interrompida por aqueles métodos. Baixos níveis de androgénios de origem adrenal podem influenciar o desenvolvimento de tumores, e a maioria dos doentes vê a terapêutica convencional falhar por desenvolvimento de resistência, por parte do tumor, à castração de androgénios. Em alternativa, inibidores enzimáticos das duas principais enzimas, a enzima 5a-redutase e o complexo enzimático 17a-Hidroxilase/C17,20-Liase, envolvidas na biossíntese de androgénios têm vindo a ser desenvolvidos para aplicação clínica. Os primeiros inibidores surgiram com o intuito de os aplicar no tratamento da hiperplasia benigna da próstata por esta patologia também depender de androgénios. Finasterida (Finox®) e dutasterida (Avodart®), inibidores da enzima 5a-redutase e cetoconazol e abiraterona (Zytiga®), inibidores da enzima CYP17, são exemplos sonantes daquilo que foi possível atingir através da química farmacêutica