Paliação por stent de doença maligna esofágica

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2015A doença maligna do esófago é a 7ª causa de morte por cancro a nível mundial e 6ª neoplasia mais letal nos homens portugueses[2]. Atinge maioritariamente homens na sexta e sétima décadas de vida e associa-se a factores de risco predisponentes. A histologia mais frequente é o carcinoma epidermoide (cerca de 3 em cada 4 casos) mas a incidência de adenocarcinoma tem crescido nas últimas décadas. A sintomatologia é tardia e de difícil interpretação clínica, sendo a disfagia a principal queixa. Está preconizado o recurso a Endoscopia Alta, de forma a promover o diagnóstico precoce. Caso se confirme a doença, deve-se estadiar através técnicas imagiológicas. Quanto maior a invasibilidade tumoral, maior será o estadiamento e exponencialmente menores serão as taxas de sobrevivência. Na doença irressecável localmente avançada ou metastática as opções terapêuticas passam por quimioterapia ou os melhores cuidados de suporte. Os stents esofágicos são estruturas cilíndricas, autoexpansíveis, que mantêm o diâmetro esofágico. Existem múltiplos stents, com várias opções quanto à composição e revestimento. Nesta revisão pretende-se analisar o impacto da sua utilização na qualidade de vida de doentes com neoplasia esofágica em situação avançada. A literatura mostra que as complicações são frequentes atingindo 30%-63% dos doentes. A migração do dispositivo é o evento mais frequente, contudo a comorbilidade não afecta a sobrevida dos doentes. Conclui-se que a paliação por stent é uma terapêutica com uma considerável morbilidade, que melhora a disfagia e possivelmente a qualidade de vida do doente, aspecto que continua por investigar.The malignant esophageal disease is the 7th deadliest cancer worldwide and the 6th most lethal among Portuguese men. It is most frequent on the sixth or seventh decades of life and it associates with specific risk factors. The most frequent histology is the Squamous cell carcinoma (3 out of 4 cases), but the incidence of Adenocarcinomas have been increasing in the last decades. The symptoms have a late onset and are hard to identify, being the dysphagia the most frequent one. The patient should be checked through endoscopy in order to diagnose earlier. If there is in fact an esophageal cancer, it should be staged through other imaging studies. The bigger the invasiveness, the bigger the stage of the disease, with exponentially less survival. For the unresectable disease, locally advanced or metastasized, there are therapeutic options as chemotherapy, palliative and support care. The esophageal stents are self-expandable cylindrical structures that maintain the diameter of the esophagus. There are several types of stents, with different materials and designs. The impact of the stent and the efficiency on quality of life of advanced esophageal disease will be analyzed in this review. The literature has shown that the complications occur in 30% to 63% of the patients with stent. The migration of the stent the most frequent complication, even though the complications have not shown to decrease the survival. It can be concluded that the palliation with stent is an important tool, associated with some complications, but one that relieves dysphagia and possibly the quality of life, an aspect yet to be studied