A utilização da oxigenoterapia hiperbárica em idade pediátrica : a experiência do centro de medicina subaquática e hiperbárica

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2015Introdução: A oxigenoterapia hiperbárica (OTHB) é um método terapêutico que compreende na administração de O2 a 100% a uma pressão ambiente superior à pressão atmosférica ao nível do mar. Objectivo: Rever a experiência do Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica (CMSH) no tratamento dos doentes com idade inferior a 18 anos. Métodos: Neste estudo realizou-se uma análise retrospetiva de todos os processos de doentes referenciados ao CMSH, de Janeiro 2005 a Dezembro 2014. Resultados: Nos últimos 10 anos, foram encaminhados para o CMSH, 513 doentes com idade entre 2 meses e 18 anos (média de 9,96 anos). Cerca de 80% dos doentes foram encaminhados por intoxicação de monóxido de carbono, 11,9% por surdez súbita, 2,7% por osteomielite crónica, 2,14% por úlcera crónica e refratária, 0,97% por infeção dos tecidos moles, 0,78% por cistite hemorrágica, 0,39% por enxertos cutâneos e 0,19% por artrite séptica, isquemia aguda, doença de descompressão, doença inflamatória intestinal e autismo (cada). No nosso estudo, cerca de 4,5% dos doentes desenvolveu algum tipo de complicação/intercorrências com o tratamento. Houve uma resposta favorável ao tratamento com OTHB em 87,5% dos casos (n=449). Conclusão: A OTHB pode ser benéfica em várias patologias em idade pediátrica. São necessários mais estudos sobre a utilização de OTHB em idade pediátrica de forma a contabilizar a melhoria que poderá ser obtida com esta terapêutica.Introduction: Hyperbaric oxygen therapy (OTHB) is a therapeutic method comprising the administration of O2 to 100% in an ambient pressure above atmospheric pressure at sea level. Objective: Review the experience of Underwater Medicine and Hyperbaric Center (CMSH) in the treatment of patients under the age of 18 years. Methods: In this study we carried out a retrospective analysis of all patients referred to CMSH processes of January 2005 to December 2014. Results: Over the past 10 years, were referred to the CMSH, 513 patients aged 2 months to 18 years (mean 9.96 years). About 80% of patients were referred from carbon monoxide poisoning, 11.9% for sudden deafness, 2.7% for chronic osteomyelitis, 2.14% for chronic and refractory ulcer, 0.97% for soft tissue infection , 0.78% by hemorrhagic cystitis, 0.39% by skin extracts, and 0.19% by septic arthritis, acute ischemia, decompression sickness, inflammatory bowel disease and autism (each). In our study, about 4.5% of patients developed some kind of complication with treatment. There was a favorable response to treatment with OTHB in 87.5 % of cases (n = 449). Conclusions: The OTHB can be beneficial in many diseases in children. Further studies are needed on the use of OTHB in children in order to account for the improvement that can be achieved with this therapy