A loucura na pintura contemporânea: a descoberta do mundo interior

Tese de mestrado, Arte, Património e Teoria do Restauro, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2013A reflexão desenvolvida neste trabalho dá particular atenção à emergência histórica da relação entre arte e loucura. O processo de interiorização do olhar do artista contemporâneo constitui o contexto cultural mais abrangente em que esta problemática se inscreve. Desta perspectiva, a descoberta do inconsciente desempenha um papel determinante. A relação entre criação artística e inconsciente suscitou o interesse de grandes figuras da psicologia moderna (Freud e Jung) e concretizou-se em textos da maior importância. Mas são contributos teóricos como os de Prinzhorn, Dubuffet, Osório César e Nise da Silveira que merecem maior destaque neste trabalho. Eles tornaram possível novas formas de reflexão sobre o espaço museológico, abrindo-o às colecções reunidas por estes autores. Debruçamo-nos, por fim, sobre a obra de Pollack – testemunho de uma singular viagem ao inconsciente. Ela constitui uma ilustração privilegiada da importância das relações entre criatividade artística e loucura na história da arteABSTRACT: This work emphasizes the emergence of a new research interest in the history of art: the relationship between art and madness. The broader cultural context of this problematic is the concentration of the contemporary artist on his or her inner world. In this perspective, the discovery of the unconscious plays a major role. The relationship between artistic creativity and the unconscious was the focus of great figures of modern psychology (Freud and Jung), and is well documented by major texts. In this work, however, the theoretical contributions of Prinzhorn, Dubuffet, Osório César e Nise da Silveira are particularly valued. Their original reflections made it possible to open the space of the Museum to the art collections they had assembled over the years. Finally, we present an analysis of Pollock’s oeuvre – the testimony of a singular journey to the unconscious. His work is a privileged illustration of the importance of the interconnections between artistic creativity and madness in art history