Contributos da intervenção de enfermagem na promoção da transição para a maternidade e do aleitamento materno : um estudo quasi-experimental

Tese de doutoramento, Enfermagem, Universidade de Lisboa, com a participação da Escola Superior de Enfermagem, 2011A gravidez e o pós-parto são caracterizados por grandes desafios e mudanças, com consequentes reajustamentos físicos, psicológicos, familiares e sociais. Os profissionais de saúde, através dos cuidados que prestam, constituem-se importantes recursos para ultrapassar com sucesso os desafios face à nova situação. O estudo teve como objectivo analisar os contributos de intervenções de enfermeiras de Centros de Saúde do distrito de Viana do Castelo, na promoção: i) do auto-cuidado e cuidados à criança, ii) da transição para a maternidade, iii) do aleitamento materno. Para tal desenhámos um estudo quasi-experimental, com uma amostra de 151 primíparas, com vigilância da gravidez e de saúde infantil nos Centros de Saúde, distribuídas aleatoriamente por quatro coortes. A variável independente foi a participação num curso de preparação para a parentalidade/parto e uma visita domiciliária no pós-parto. A recolha de dados ocorreu entre a 26ª e a 28ª semanas de gravidez, 28º e 32º dias após o parto e sexto mês após o parto, através de questionário, da escala Maternal Adjustment and Maternal Attitudes, Maternal Self-Report Inventory e Maternal Breastfeeding Evaluation Scale. Os resultados indicaram que os contributos para o auto-cuidado e os cuidados à criança foram elevados, diminuindo da gravidez até ao sexto mês após o parto, não se verificando efeitos decorrentes da intervenção. Na transição para a maternidade, o ajustamento face aos Sintomas Somáticos, e as Atitudes perante a Gravidez e o Bebé evoluiram favoravelmente, enquanto na Imagem Corporal e na Relação Conjugal a evolução foi desfavorável. Não se observaram efeitos decorrentes da intervenção. A auto-estima materna era elevada. O aleitamento materno, apresentou uma taxa de iniciação elevada (97,4%), com quebras acentuadas ao longo do tempo. A taxa de prevalência do aleitamento materno exclusivo ao primeiro mês foi de 41% e aos seis meses de 2%; a de aleitamento materno foi, respectivamente, de 79,9% e 37,1%. A duração média foi de 123,8±68,9 dias, amamentando durante mais tempo as mulheres com intervenção no pré e pós-parto. Em síntese, intervenções que se prolongam no tempo, com diversidade de estratégias e contextos de intervenção, tem efeitos na duração do aleitamento materno, não se verificando nas restantes situações em análise.Pregnancy and postpartum are characterized by great challenges and changes, with major physical, psychological, familial and social adjustments. Health professionals, through the care they provide, are important resources to be successfully overcome the challenges of the new situation. The aim of the study was to analyze the contributions of Primary Health Care nurses interventions, in the district of Viana do Castelo, in promoting: i) self-care and child care, ii) transition to motherhood, iii) breastfeeding. I It was a quasi-experimental study, with a sample of 151 primiparous, randomly distributed for four cohorts, with pregnancy and child health monitoring in health centers, and were. The independent variable was the nursing intervention, that assumed the mode: preparation course for parenting /childbirth, and a home visit. Data collection took place between the 26th and 28th week of pregnancy, 28 and 32 days after birth and sixth month after birth, through a questionnaire, Maternal Adjustment and Maternal Attitudes scale, Maternal Self-Report Inventory and Maternal Breastfeeding Evaluation Scale. The results indicated that the contributions to the self-care and child care was high and decreased from the pregnancy until the sixth month after delivery. There were no effects depending the intervention. It concerns the transition to motherhood, the adjustment of the, Somatic Symptoms, and Attitudes towards the Pregnancy and Baby evolved favorably and adversely it concerns Body Image and the Marital Relationship. There were no effects depending the intervention. The maternal self-esteem was high. The breastfeeding initiation rate was high (97.4%), with sharp falls over time. The prevalence rate of exclusive breastfeeding during the first month was 41% and 2% at six months. The breastfeeding was, respectively, 79.9% and 37.1%. The average length was 123.8 ± 68.9 days. The women with intervention in pre-and post-partum, breastfed for longer. In summary, interventions that extend through time, with diversity of strategies and contexts of intervention has positive effects on breastfeeding duration, that is not observed in the other variables