Decorreram, durante o ano de 2014, as celebrações do bimilenário da morte de Augusto (63 a.C.-14 d.C.)1 e, nessa circunstância, o mundo académico evocou a personalidade do político que instaurou uma nova era de paz, passado o pesadelo das guerras civis, e revitalizou uma Roma material e moralmente necessitada de um novo rumo. Entre os poetas que assistiram a este movimento de renovação augustana e cantaram, de modo mais ou menos directo ou subliminar, os feitos e a Roma do princeps, encontram-se Virgílio e Horácio, dois vultos poéticos da Antiguidade que nunca será demais revisitar. No presente artigo, veremos como Virgílio, uma alma de sublime sensibilidade, aderiu ao programa reformador do prin...