Avaliação dos sintomas de somatização, dissociativos ou conversivos após acontecimentos traumáticos em adolescentes Angolanos

Os transtornos de sintomas somáticos dissociativos ou conversivos são muito prevalentes na adolescência fruto das profundas transformações bio-psico-sociais associadas a este período. Os sintomas são habitualmente desproporcionalmente exacerbados em relação aos achados do exame objectivo e após uma avaliação cuidada não é necessária, na maioria dos casos, a realização de exames complementares diagnósticos. Os factores predisponentes nem sempre são evidentes, devendo ser cuidadosamente avaliados os aspectos relacionados com a família e a escola, pela sua frequência. Neste estudo aborda-se o relacionado com avaliação transtornos de sintomas somáticos conversivos ou dissociativos após acontecimentos traumáticos em alunos da 9ª e 10 Classe do Huambo-Angola, com o objectivo de avaliar a prevalência destes sintomas na população estudada, além da determinação dos índices de transtornos de conduta, a identificação de acontecimentos traumáticos e os índices de TSPT; objectivos que foram atingidos satisfatoriamente. Os resultados mostraram que numa amostra de 244 alunos com idades compreendidas entre os 13 e 19 anos, maioritariamente do sexo feminino,apresentaram TSS, 47.7% dos alunos foram categorizados “Sem TSS”; 34.5% “Com TSS não significativo” e 17.8%) “Com TSS significativos”. Dos 31 alunos que apresentaram TSS significativos, 67.7% não tinham causa comprovada. Os alunos foram expostos a variados acontecimentos traumático, sendo o acontecimento mais referido, “Já sentiste que és tratado de forma diferente dos outros?” (F = 122; 70.1% da amostra). O estudo realizado também permitiu concluir que 20.2% dos alunos apresentam “TSPT Grave”. A análise comparativa referente às médias de cada dimensão mostrou que a dimensão de maior média refere-se ao “evitamento” (M = 1.61; Itens 2, 6, 7 e 10). Também se verifica correlação positiva e significativa entre os sintomas somáticos e os sintomas de stress pós-traumático em crianças