Teste CAEPO (Cuestionario de Afrontamiento al Estrés para Pacientes Oncológicos) para doentes oncológicos: tradução e validação para a população portuguesa

O cancro é uma das principais causas de morte em Portugal, constituindo uma das situações com maior impacto ao nível da prestação de cuidados, sendo tida como a epidemia do século. No âmbito da Psicologia, constitui um fator de risco para a saúde mental e uma problemática que exige uma atuação rigorosa e o aprofundamento dos conhecimentos existentes. Pretende-se com o presente trabalho de investigação explorar as estratégias de coping e avaliar os níveis de stresse nos doentes oncológicos, através da tradução e validação da escala CAEPO (Cuestionario de Afrontamiento al Estrés para Pacientes Oncológicos, CAEPO, Martinez, 2004), para a população Portuguesa. Trata-se de um estudo transversal, cuja amostra é não probabilística. Participaram no estudo 139 pacientes oncológicos, 111 (79.9%) do género feminino, com uma média de idades de aproximadamente 50 anos (M=49.52; DP=12.68). A maioria dos participantes era casado (n=141; 68.3%) e tinha como escolaridade o ensino superior (n= 44; 31.7%), estavam empregados (n=60; 43.2%) e viviam em Lisboa (n=48; 34.5%). O estudo desta escala fez-se, em paralelo, com a medida Ways of Coping Questionnaire (WCQ) de Folkman e Lazarus ( 1988) , adaptad a para a população portugu esa por Pais-Ribeiro e Santos (2001). Esta aplicação teve o objetivo de aprofundar o estudo da validade interna do instrumento. Quanto aos resultados, a validação para a população portuguesa sugere uma estrutura dimensional diferente da escala original. Este estudo revela que a validação portuguesa é constituída por cinco dimensões em vez das sete da escala original, com 32 itens/afirmações em vez das 40 itens/afirmações originais. Estes resultados vão ao encontro do estudo desenvolvido por Orive e colaboradores (2012). A relação dos resultados da CAEPO versão portuguesa e do WCQ é na generalidade moderada. O coeficiente de Cronbach () das dimensões é aceitável à exceção da dimensão Negação cujo é fraco mas admissível (=.61). Impõem-se estudos adicionais, que confirmem as propriedades psicométricas do instrumento, com outras amostras de pacientes oncológicos ou doentes crónicos