Para Annette Kuhn, docente da Universidade de Lancaster e investigadora de estudos fílmicos, o interesse pela aplicação das teorias feministas à sua área de estudo começou em 1974 – ano em que assistiu a uma mostra de filmes feministas, em Nottingham. Segundo afirma, o que mais a impressionou então foi o fato de aquelas não serem apenas obras sobre mulheres (reais, trabalhadoras, donas de casa, mães), mas também de mulheres. Nesse momento, percebeu que todo o prazer que havia retirado ao assistir a filmes tinha até então dependido enormemente da sua identificação com personagens masculinos. A postura assumida exigia uma negação de si mesma como espectadora, mulher e feminista – preocupação que consideramos manter-se atual na contemporaneida...